Em meio a miséria, Picanha forrada a Ouro

A CBF alcançou, graças aos seus 11 patrocinadores e direitos de transmissões, um lucro líquido de 637 milhões. Deste total, nem um só centavo foi investido no futebol do interior. De onde surgiram aqueles que construíram a razão de ser desse império.

E diante de um país que possui milhares de pessoas passando fome, nossa cúpula, e alguns dos nossos atletas, se dão o direito de cometer o desrespeito de postar, nas redes sociais, outra farra dos guardanapos. Antes em Paris, agora no Catar, regada a picanha forrada a ouro.

Picanha tudo bem, mas forrada a ouro? Um deboche diante da nossa realidade.

Nossos jogadores. à exceção do Weverton, Pedro e Éverton Ribeiro, recebem em euros, falam inglês, seus filhos francês e mal sabem, e pouco querem saber, dos problemas vividos pelo povo brasileiro.

Há exceções, claro, e Richalyson é uma delas.

É esse abismo, entre seus astros e seus torcedores, que nos impede de alcançar essa emocionante sintonia vivida pelos argentinos.

A garra dos seus jogadores e a vibração dos seus torcedores mostram que amam e defendem o mesmo país.

O Brasil, sua realidade, seu imenso desequilíbrio social, precisa ser apresentado aos jogadores que vão a campo com as cores da sua bandeira.

Sob pena de um caviar com diamantes ser servido no jantar de despedida da Copa do Mundo. Só o jantar. Porque não voltam mais ao país que não moram mais ou fizeram sua preparação.

Militão e Rafinha deram entrevista que vão para Grécia descansar. E ir a Mônaco, passar o Réveillon, segundo o Paris Match, será o destino da maioria.

O Brasil precisa ser apresentado aos jogadores estrangeiros que vão a campo defendê-lo. Já não sabem e não cantam mais o hino nacional.

Só faltam votar no Emannuel Macron.

Por José Roberto Padilha
Imagem: Reprodução do Colunista

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