Apenas metade das agremiações divulgou seus enredos; dirigentes cobram soluções para a Cidade do Samba e articulam criação de nova liga
Dirigentes projetam nova liga para o carnaval
Redação
Faltando pouco mais de quatro meses para o Carnaval 2026, o clima entre as escolas de samba de Três Rios é de expectativa e apreensão. Das seis agremiações do município, apenas três divulgaram oficialmente seus enredos, enquanto dirigentes cobram providências em relação às obras paradas da Cidade do Samba, no bairro Triângulo. Vale destacar que os carros alegóricos usados no desfile desse ano estão estacionados em outro terreno, no mesmo bairro, o que tem agravado a situação com o material exposto ao sol e á chuva, além dos atos de vandalismo.
Enredos definidos e retornos aguardados
A Mocidade Independente de Vila Isabel foi a primeira a anunciar seu tema para 2026: uma reedição do enredo “Amor, eterno amor”, apresentado em 2009, quando a escola conquistou o vice-campeonato. O samba-enredo também será reeditado. A agremiação está sob o comando de Edilson Tadeu e Maria Aparecida Alexandra da Costa (Cidão).
Já o Bom das Bocas, presidido por Linderson Zanardi, apresentou em julho o enredo “Rainha Tereza — Do Sopro de Olorum à Voz que Não se Cala!”, desenvolvido pelo carnavalesco Gilber Rosa. A disputa de samba está em andamento: seis composições foram apresentadas no último sábado e uma já eliminada. A final está marcada para o dia 18 de outubro.
No último sábado a escola apresentou seis sambas inscritos e eliminou a parceria do Samba 1 assinado pelos compositores Leozinho Nunes, James Bernardes, Fabão, Douglas Ribeiro, Nenego, Gutemberg Kunta e Cassiano. Continuam na disputa as parcerias dos sambas 12 (Thodynho Show, BenezinhoPretto, Paulinho Letra, T’Nem, Diego Soares, Philippe Lana, Wellington Luiz e RógerDepaul), 13 (Mister Francis, Alexandre Valle, Pablo Canhotos, Paulo Bispo, João Batista. Adilson Doutor, Ricardinho e Almir Há Há), 15 (José Américo, Schmitz, Luizinho da Lumman, Marquinho Nova Era, Robson Ferreira, Leandro Anu, Fernando Barbosa e Fábio Barbosa), 20 (Alex Oliveira, Marcão Lodi, Eduardo Lobão, Jorge Pires e Rodrigo Ferraz), e 21 (Marco Banderas, Jail Botafogo, Jefinho Salvador, Batista Coqueiral, Jeff Grécia, Badá Quebra Tudo, Ricardo RC + Imóveis e Anselmo do Carmo).
O desfile de 2026 também marcará o retorno da Em Cima da Hora, do bairro Monte Castelo, após sete anos afastada. Sob a presidência de Luciano Espírito Santo de Souza, a escola vai levar à avenida o tema “Mãe, divina essência do amor – Em cada colo, a emoção de um coração trirriense”, idealizado pelo próprio dirigente e desenvolvido pelo carnavalesco Wiliam Augusto. O enredo foi apresentado no dia 13 de setembro, mesmo dia em que foi coroada a rainha da bateria Swuingueira, Alice Campos. Os ritmistas da verde, branco e ouro estarão sob comando do experiente Mestre Ni.
As demais escolas — Bambas do Ritmo, atual campeã presidida por Fabiano Pacheco; Sonhos de Mixyricka, sob comando de Rosemar Goulart; e Independente do Triângulo, presidida por Cícero de Souza — ainda não divulgaram seus enredos. A última, inclusive, não desfilou em 2025, tendo se apresentado pela última vez em 2024, com o tema “Sinhás Pretas do Brasil”.
Cidade do Samba parada e alegorias deterioradas
Obra da Cidade do Samba está parada
Sol, chuva e atos de vandalismo vêm comprometendo o material — situação agravada por um incêndio criminoso em 10 de agosto, que destruiu parte das estruturas.
Alegorias sofrem com ação do tempo e atos de vandalismos
Dirigentes se unem para criar nova liga
Diante das dificuldades, os dirigentes das seis escolas se reuniram em agosto para discutir a criação de uma nova liga do carnaval trirriense, com o objetivo de fortalecer a representação do grupo junto ao poder público e ampliar o acesso a recursos estaduais e federais. A ordem dos desfiles e nem o regulamento foram definidos.
“O intuito é criar a liga para ter mais força. Não conseguimos informações sobre os barracões, nem contato com o prefeito. Desde o último carnaval, ninguém fala mais sobre o evento. Estamos à deriva”, lamentou Fabiano Pacheco, presidente dos Bambas do Ritmo.
“Unimos as escolas para falar uma só língua. Queremos organizar melhor o carnaval, ter representatividade e buscar mais recursos. Muitos editais exigem que exista uma liga formalizada”, destacou Linderson Zanardi, do Bom das Bocas.
Carnaval 2026 ainda sem definições
Com o desfile previsto para a terça-feira de Carnaval, 16 de fevereiro de 2026, as escolas correm contra o tempo para definir seus sambas, preparar alegorias e buscar apoio institucional. A esperança é que a união entre as agremiações e a mobilização em torno da nova liga tragam novos rumos para o carnaval trirriense.
Infelizmente o poder público só lembra do carnaval em janeiro.situacao muito difícil.
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