Bambas do Ritmo se despede de Carlos Bastos, baluarte da escola de samba do Cantagalo




Redação

A tradicional escola de samba Bambas do Ritmo, do bairro Cantagalo, em Três Rios, se despediu nesta quinta-feira (14) de um de seus mais queridos e atuantes integrantes. Carlos Jorge Bastos, 68 anos, carinhosamente conhecido como Tio Carlos, faleceu em Vassouras na madrugada desta quinta-feira (14) e foi sepultado no Cemitério Municipal São José, em Três Rios, às 16h30 do mesmo dia. O velório ocorreu na Capela Mortuária da necrópole e reuniu familiares, amigos e integrantes do mundo do samba.

A trajetória de Carlos Bastos, apaixonado por samba e carnaval, se confunde com a própria história do carnaval trirriense. Participou, em meados da década de 1970, do grupo que fundou o então bloco Sonhos de Mixyricka, embrião da tradicional escola de samba que se tornou. A paixão pelo Bambas do Ritmo se tornou ainda mais forte por meio de uma ligação familiar: seu sogro, o saudoso Sylvio de Oliveira, presidiu a escola no início da década de 1990 e inspirou mais ainda o genro a mergulhar no universo carnavalesco da cidade.

Ao longo de décadas, Carlos desempenhou diversos papéis. Foi comandante do Bloco Pagodão do Sacode, que animava as ruas a partir da Praça JK; exerceu a vice-presidência do Bambas do Ritmo na gestão de Dirceu Duarte, período em que a escola completou 50 anos; e atuava em várias frentes, do barracão aos eventos, chegando a exercer a função de mestre de cerimônias no palco do Palácio de Bambas. Também era presença constante junto à Velha Guarda, presidida por sua cunhada Gugu, ex-presidente da escola e esposa de Edilson, atual presidente da Mocidade Independente de Vila Isabel, que lamentou a perda do amigo: “Carlos era talentoso e sempre bem-humorado”, disse o presidente da Tricolorida.



Casado com Rogéria Bastos, atual vice-presidente do Bambas, Tio Carlos era uma figura de apoio e inspiração para diferentes gerações de sambistas. Sorriso aberto, palavra amiga e disposição sem igual, entre suas contribuições artísticas, destaca-se a gravação, em estúdio, do samba-enredo “Exaltação à vista”, de 2003, ao lado de Jorge TQ. O baluarte também gravou seu depoimento para o documentário sobre os 60 anos do Bambas do Ritmo e foi citado no livro “Feliz daquele que tem a Vermelho e Branco no coração”, escrito pelo carnavalesco Fernando Ferreira.

Carlos Bastos atuava profissionalmente como instrutor de auto-escola, mas trabalhou durante muitos anos na Viação Salutaris.

Nesta quinta-feira, familiares e amigos se reuniram no Cemitério Municipal São José para o último adeus. Entre lágrimas e boas recordações, o que se via era a certeza de que Carlos Bastos viverá para sempre na memória dos bambinos que amam o carnaval e tiveram o prazer de compartilhar emoções desde os preparativos até o desfile na avenida, onde Carlos Bastos era sempre bastante atuante e indispensável.

O falecimento de Carlos Bastos deixa uma lacuna irreparável no carnaval trirriense, em especial na história da tradicional escola de samba que ele sempre amou e respeitou.

O Entre-Rios Jornal se solidariza com familiares, amigos e toda a diretoria do Bambas do Ritmo neste momento de dor. Que Deus conforte a todos.

Imagens: Reprodução de rede social

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