Passeata em Três Rios pede justiça para jovem atingida por carro em Três Rios; família aponta homofobia como motivação do crime

A adolescente teve escoriações na perna e fraturou um dedo do pé esquerdo



Familiares e amigos da adolescente de 16 anos atingida por um carro enquanto pilotava uma motocicleta elétrica em Três Rios realizam nesta quinta-feira (13) uma passeata em protesto pelo caso, que segue em investigação pela 108ª Delegacia de Polícia. 

O grupo pede justiça e afirma acreditar que o atropelamento teve motivação homofóbica.

O ato está marcado para as 15h, com concentração na Praça JK e caminhada até a Praça São Sebastião, no centro da cidade. Cartazes e faixas devem destacar pedidos de punição à motorista e mensagens contra o preconceito.




O acidente ocorreu na segunda-feira (10), na Rua Rui Barbosa, no bairro Cantagalo. 

Câmeras registraram o momento em que o carro faz uma manobra brusca e atinge a jovem, que cai na pista. O vídeo, divulgado nas redes sociais, é usado como base para o pedido da família de que o caso seja reclassificado como tentativa de homicídio.

Segundo o boletim policial, a motorista deixou o local após a colisão. A adolescente teve escoriações na perna e fraturou um dedo do pé esquerdo. O pai foi chamado ao local e a levou ao Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição.

O Entre-Rios Jornal apurou junto a familiares que a suspeita, já identificada, é parente da namorada da vítima e teria demonstrado incômodo com o relacionamento entre as duas adolescentes, que estudam na mesma escola. O caso, inicialmente registrado como lesão corporal, pode ganhar nova tipificação conforme análise das imagens.

A Polícia Civil investiga o caso e ainda não confirmou se a hipótese de crime de ódio será incluída na apuração. Até o momento, não houve pedido de prisão.

O Entre-Rios Jornal tentou contato com a mulher apontada como autora do atropelamento, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.


Crime de homofobia


Desde 2019, a homofobia e a transfobia são enquadradas como crimes no Brasil, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que equiparou essas condutas ao crime de racismo. Com isso, atos de discriminação ou violência motivados pela orientação sexual ou identidade de gênero de uma pessoa podem ser punidos com até cinco anos de prisão.

A tipificação inclui desde ofensas verbais e ameaças até agressões físicas e atentados motivados por preconceito. Nos casos em que há lesão corporal ou tentativa de homicídio com indícios de motivação homofóbica, a pena pode ser agravada.


Comentar

Postagem Anterior Próxima Postagem