A busca de Deus



Num dia inesquecível, imerso na observação do céu, veio-me uma pergunta que ao mesmo tempo parecia conter uma resposta:seme foi permitido contemplar com verdadeira admiração e emoção essa imensidão, será que não faço parte dela, física e eternamente, também?

Na escola pública,aos seteanos, ouvi falar emDeus. O catecismo… pronto. Não tinha mais o que me preocupar pela vida inteira. Esse era Deus e seu reino. Tendo fé, iria para o céu apesar dos meus “pequenos defeitos”.

Na juventude,vi que não era bem assim na realidadedo meudia a dia. Existiam dúvidas para serem esclarecidas. Uma série de fatos eloquentes desde a infância demonstravam que eu tinhadebuscar,desaber edeme integrar com Deus, através do conhecimento superior, de uma conduta e comportamento meritórios. Deus era de uma imensidão e sabedoria muito maior do que me informaram.

Vai verqueera por isso que existia um vazio tristonho na minha vida— umainquietação e um desassossego.

Em outra época,compreendi que eu era uma entidade criada pela Mente Cósmica, configurada com uma parte humana física e outra parte divina, localizada dentro do meu mundo interno. A primeira mortal e a segunda imortal. Eu queria ter a certeza de ser imortal.

Dentro de mim haviatambémuma outra realidade. Nodecorrer da vida, fui observando que algo me levava para o bem eparaser melhor,tanto em relaçãoa mimquantoaos demais,aquerer evoluir, superar e aperfeiçoar-me. Dar um sentido superior à minha vida. Veioàminha mente: Deus não é Amor? Se tenho amor pelo bem, vai ver faço parte Dele.

Por um lado, queria o bem, mas era fortemente assediado por pensamentos negativos. Sendo assim, eu agia também com meus defeitos e deficiências. Então me entristecia, agia mal, errava, sofria e não entendia as causas de tanta desorientação.

A primeira comprovação de que eu trilhava um caminho interessante foi um bem-estar, uma alegria,porque aprendi que nada muda no meu interno sema realização deum processo. No caso,o processode evolução consciente.

Querer o meu bem eodos demais seres, através da superaçãodosmeus defeitos, não é o caminho de buscar Deus edeme aproximar Dele? Deus não é o Amor Universal?

Muitos se perguntam como pode um mundo tão inteligente não obter resultados significativos na moral, na ética e no espiritual. Comonão hámais bondade no vínculo de semelhante a semelhante, nas famílias e na humanidade.

A resposta é clara. A dedicação e o esforço humano foram encaminhadossomentepara o mundo físico, para fora de si mesmo. Para o nosso interno, tudoficou estancado.

As grandes questões e a sabedoria nesse campo interno procuraram buscar no externo. Um grande equívoco. Cada ser tem que voltar seus olhos para dentro de si mesmo.

Encerro com um trecho do livro “OEspírito”,do capítulo“Concepção Logosófica de Deus”, que é uma demonstração eloquente da superioridade do nosso mundo interno.

“Deus tem seu altar no seio da Criação, e o tem também em cada coração humano. No primeiro oficiam as potências cósmicas; no segundo, a consciência individual. Ali, nesse altar, a alma formula suas indagações, dissipa suas dúvidas, percebe a presença do espírito e determina níveis cada vez mais altos para seu comportamento”.

Paulo Roberto Pinheiro de Menezes

Docente e Investigadora da ciência logosófica

Fundação Logosófica em Prol da Superação Humana

www.logosofia.org.brrj-tresrios@logosofia.org.br (24) 98842

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