Paty do Alferes completa 36 anos de emancipação

 


O município de Paty do Alferes, que faz parte da área de cobertura do Entre-Rios Jornal, completa hoje, 15 de dezembro, 36 anos de emancipação político-administrativa.

A cidade tem no nome uma combinação curiosa: o nome de uma árvore juntado a uma designação de cargo militar. Paty é uma espécie de palmeira abundante na região, e alferes era o nome dado ao que hoje tem-se por segundo-tenente. 

Paty começou a se desenvolver a partir da ocupação de terras da sesmaria de Pau Grande, inicialmente apresentada nos registros históricos como uma região que apenas servia de passagem entre as Minas Gerais e o porto do Rio de Janeiro.

O território era, portanto, cortado pelo Caminho Novo, aberto por Garcia Rodrigues Pais, filho de Fernão Dias Paes Leme. Algum tempo depois, alguns sesmeiros começaram a se instalar na sesmaria de Pau Grande, e ali começou a se desenvolver um pequeno núcleo — no pedaço que hoje é Avelar.

Os registros histéricos apontam para a existência, na região, de dois alferes de ordenança, Leonardo Cardoso da Silva e Francisco Tavares, cujas propriedades viriam a ser conhecidas como Roça do Alferes.

O Capitão Francisco Tavares era o dono da fazenda onde se ergueu a primeira capela, que o Bispo Antônio de Guadalupe, em 1726, transformou em Curato para atender aos demais cristãos da região. O Capitão foi, ainda, quem doou o terreno em que foi erguida a primeira Matriz, em 1739, na freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Alferes.

Elevada ao posto de Vila, em 1820, apesar da pompa com que foi fundada, Paty do Alferes, continuou crescendo apenas dentro dos limites das grandes fazendas e não houve interesse pelo desenvolvimento urbano. Quando a sede foi transferida, em 1833, para a Vila de Vassouras, a nobreza rural patyense permaneceu atuando ativamente na política.

Foi em Paty do Alferes, em 1838,que se desenrolou um dos mais importantes levantes de negros do Estado do Rio de Janeiro. A fuga em massa da Fazenda Freguesia causou pânico entre os fazendeiros — não propriamente pelo número de escravos rebelados, mas pelo que a insurreição representava.

Aos primeiros se juntaram os escravos de outras propriedades, mostrando muita organização. Numa região prioritariamente agrícola, alimentada pela mão-de-obra escrava, Manoel Congo, entrou para a história como o líder, que em 1838, abalou o regime escravocrata fluminense nas terras do café.

Em 1844, foi inaugurada a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em terra doadas pelo Capitão-mór de Ordenança Manoel Francisco Xavier e sua esposa D. Francisca Elisa Xavier. Em estilo colonial, a construção foi iniciada em 1840 e, hoje, o prédio é tombado pelo IPHAN, como patrimônio histórico da União.

Foi em Paty também que, no ano de 1870, nasceu Imortal Joaquim Osório Duque-Estrada, autor da letra do Hino Nacional brasileiro.

Emancipada em 1987, Paty do Alferes mantém uma grande produção agrícola com o tomate, de onde vem seu título de maior produtor do estado do Rio e terceiro maior do Brasil. A consagração desta produção rural ocorre, anualmente no feriado de Corpus Christi, com a realização da tradicional Festa do Tomate.

Conheça alguns pontos turísticos da cidade:


Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Paty do Alferes


Construída em estilo neoclássico, foi inaugurada em 1844 e é um belo monumento histórico, profundamente representativo do século XIX. Foi tombada pelo IPHAN em 1973, dada sua relevância histórica para o país. Nela foram batizados Osório Duque Estrada e Concórdia, a filha do nosso valente herói Manoel Congo.


Aldeia de Arcozelo


Era a antiga Fazenda Freguesia, onde ocorreu a mais importante revolta de escravos da região, liderada por Manoel Congo. Depois, passou a ser propriedade do Visconde de Arcozelo.João Pinheiro Filho, seu último proprietário, doou, em 1958, a Fazenda Arcozelo para o embaixador Pascoal Carlos Magno criar um centro permanente de realizações artísticas teatrais, onde, sob sua gerência, ocorreram algumas edições do Festival de Teatro de Estudantes por ele organizado.


Centro Histórico Cultural

Na Praça Manoel Congo, podemos encontrar os Monumentos do Centenário e o de Bicentenário da Vila de Paty, este último todo em mosaico e azulejaria com iconografias contando 300 anos da história do nosso município. Nesta mesma praça, encontra-se também o Centro Cultural Maestro José Figueira, com teatro, biblioteca municipal e sala de exposições de artes plásticas.

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