Relembrando Padre Conrado



Pe. Conrado Neidhart

Izabel Daud

Padre Conrado, da Congregação dos Servos do Verbo Divino, nasceu na pequena aldeia de Riedenthal, na Áustria. Consagrou sua vida sacerdotal lá mesmo. Aqui em Três Rios chegou em fevereiro de 1966. Em nossa cidade, conquistou a todos com sua profunda religiosidade, seu especial amor à Virgem Maria, seu compromisso junto ao seu rebanho. Dedicou-se corajosamente às necessárias reformas na Matriz de São Sebastião e na casa paroquial. Incentivou a vivência religiosa, em especial, ao Movimento Familiar Cristão, aos Cursilhos de Cristandade. Bem como a todas as associações religiosas já existentes – notadamente ao Apostolado da Oração, Liga Católica, Vicentinos, Catequistas, Legião de Maria, Grupos de Jovens e ao Coro Santa Cecília – quanta saudade temos da regente e musicista querida, Guiomar Moreira Caldas!

No ano de 1975, nossa Matriz completava 50 anos de existência. Por coincidência, a Congregação do Verbo Divino, fundada por Santo Arnaldo Janssen, comemorava 100 anos de fundação. E, no Vaticano, o então Papa Paulo VI concedia a todo o povo de Deus a Graça da Reconciliação, declarando oficialmente o Ano Santo. Estas três graças especiais foram, religiosamente, celebradas aqui em nossa Paróquia. Padre Conrado escreveu comovente oração dos jubileus – que assim terminava: “Que a Ação de Graças, animada pelo santo esforço de reconciliação do Ano Santo, leve a nossa paróquia a uma renovação espiritual maior!

Mas os sacerdotes não escolhem os lugares a ficar, nem os caminhos a seguir... Em 1987, a Congregação SVD pediu ao Padre Conrado que fosse conduzir outros rebanhos, em outras terras. E ele foi para a cidade do Rio de Janeiro, para a paróquia Santo Cristo, no centro da cidade; e para a paróquia Cristo Redentor, no bairro de Laranjeiras. Para os altares de uma dessas igrejas bordei alguns jogos de toalha em ponto de cruz e rendas. Quando aqui ainda residia, e os sacerdotes que o desejassem, já podiam usar camisa social – com aquele detalhe branco, no colarinho - com alegria confeccionei algumas camisas para ele.

Em seus últimos anos de vida, a saúde de Padre Conrado já o preocupava – e anós todos. Mas ele não desaminava. E sempre que podia, vinha a Três Rios nos visitar e celebrar. Em 17 de agosto de 1992 ele nos deixou e foi receber o merecido prêmio: a Vida Eterna, que para todos está preparada. Nossa Senhora, que ele tanto amou e venerou, com certeza esteve bem à porta, para com ele entrar. Seu velório aconteceu lá mesmo, na cidade do Rio de Janeiro. Passados cinco anos, seus restos mortais vieram transladados para nossa cidade. Padre Conrado aqui repousa junto aos queridos Padre Solano e Irmão Geraldo, dois grandes irmãos de fé.

Dias atrás, Joceir Blanco, “meu filho do coração”, revelou-me um segredo, quando soube que eu iria, nesta semana, escrever sobre o Padre Conrado. Contou-me que Dona Rosenda Alcântara de Moraes, mãe afetuosa, professora e catequista daqui de nossa cidade, tinha uma ferida numa das pernas. Que ia crescendo e pomada nenhuma sarava. E sempre doendo muito. Um dia, junto ao Padre Conrado, pediu-lhe que rezasse por ela, e que a ferida sarasse. Ele pegou sua mão e foi com ela até o altar de Nossa Senhora. Em silêncio, com a voz do coração, orou e abençoou-a. E pediu à Dona Rosenda que não contasse a ninguém o que ali havia acontecido. Ela surpresa com o pedido, passou a mão na perna, no lugar da ferida... Não havia mais dor nem ferida.Só depois que Padre Conrado faleceu é que Dona Rosenda, com lágrimas nos olhos, revelou ao Joceir esse acontecimento, essa graça divina. E quando ele me revelou este segredo, eu acreditei.

Padre Conrado, estivesse ainda entre nós, estaria completando, nesse feriado de 15 de novembro, 100 anos de vida. Continue, daí da pátria celeste, Padre Conrado, nos animando, nos abençoando!

Imagem: Reprodução


Comentar

Postagem Anterior Próxima Postagem