Governo do Estado e Senasp discutem ações do Gabinete Integrado de Lavagem de Dinheiro

Secretarias de Fazenda, Casa Civil e Polícia Civil passam a integrar grupo de inteligência para rastreio dos recursos que financiam as organizações criminosas no estado

A criação de Gabinetes Estaduais Contra a Lavagem de Dinheiro está no documento que o governador apresentou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (foto à dir.), e ao presidente da Câmara, Arthur Lira

Representantes do Governo do Estado e do Ministério da Justiça participaram, na manhã da última quinta-feira (26), de uma reunião para a implementação do Gabinete Integrado de Lavagem de Dinheiro. O secretário de Estado da Casa Civil, Nicola Miccione, e o diretor de Operações Integradas e Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Romano Costa, discutiram, em um encontro virtual, o aperfeiçoamento dos mecanismos de combate à lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros praticados pelas organizações criminosas que atuam no Rio de Janeiro e no país.

"Sabemos que há informações muito sólidas, frutos de monitoramentos realizados pelos órgãos federais, sobre a atuação dessas quadrilhas. Estamos trabalhando para integrar esse monitoramento com a atuação da Polícia Civil, o que vai permitir ações mais eficientes no combate à criminalidade, sufocando financeiramente essas quadrilhas", afirmou o governador Cláudio Castro, que terá agenda em Brasília, na segunda-feira, para voltar a tratar do assunto.

A integração entre o Ministério da Justiça e a Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio será fortalecida com a participação das secretarias de Fazenda (Sefaz) e da Casa Civil no gabinete. Foi determinado que auditores da Sefaz, procuradores do Estado do Rio e delegados vão autuar com dedicação exclusiva aos trabalhos do grupo. O objetivo é fornecer mais dados para o cruzamento de informações que possibilitem o rastreio dos recursos em caso de lavagem de dinheiro. A formação dos Gabinetes Estaduais Contra a Lavagem de Dinheiro no país vai permitir que as polícias civis dos estados avancem nas investigações, auxiliando na conclusão dos inquéritos abertos contra as quadrilhas.

"A atuação conjunta desses órgãos nos possibilitará saber de verdade quem está lavando dinheiro para o tráfico de drogas e para a milícia, enfim, para todas essas organizações criminosas", acrescentou o governador.

Castro apresenta propostas ao Congresso


Na quarta-feira (25), Cláudio Castro entregou ao Congresso Nacional cinco propostas de mudanças nas legislações para reforçar o combate à criminalidade, asfixiando a atuação das milícias e narcomilícias não só no Rio de Janeiro, mas no Brasil. A criação de Gabinetes Estaduais Contra a Lavagem de Dinheiro está no documento que o governador apresentou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e ao presidente da Câmara, Arthur Lira. Ele também propõe a criação de uma Comissão Mista, formada pelas duas casas legislativas para acelerar as discussões.

Há ainda propostas sobre o fim da progressão de pena para criminosos com armas de guerra; criminosos envolvidos com lavagem de dinheiro para essas organizações; e criminosos que atuam em serviços concessionados. Além disso, o documento sugere uma tarifa social para as concessionárias de serviços públicos em áreas elegíveis.

"Um dos braços para o combate à criminalidade com certeza é o Legislativo. O endurecimento das penas é fundamental para que possamos realmente desencorajar esses criminosos a cometerem crimes que nós consideramos terrorismo. Queimar ônibus, gerar terror na população é terrorismo", declarou Castro.


Reforço federal nas fronteiras


Durante reunião com o ministro da Defesa, José Múcio, o governador reiterou o pedido feito pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de reforço das Forças Armadas para impedir a entrada de armas e drogas no estado, com a Marinha na Baía de Guanabara e portos, e a Aeronáutica nos aeroportos Galeão e Santos Dumont. 


Ascom Segov
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