Páscoa: a riqueza dos dias e símbolos

Amanhã, quinta-feira, os cristãos no mundo inteiro iniciam a celebração do Tríduo Pascal, ou seja, o período de tempo que vai da tarde de quinta-feira Santa até a manhã do Domingo de Páscoa.

Dias em que celebramos o Mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo! Vivenciar em profundidade o simbolismo e a realidade desse tempo é a experiência mais rica de nossa fé.

Na Quinta-feira Santa, à noite, com a celebração da Ceia Pascal, nós fazemos memória da grande ceia da despedida, que começa, segundo o evangelista João, com o gesto do lava-pés.

Nessa atitude de extrema humildade, que na cultura de então era o serviço desprezível dos escravos e débeis, Cristo manifesta sua disponibilidade a amar até o fim, ele se considera o servo da humanidade.

E ao dizer aos discípulos “dei-vos o exemplo para que façais o mesmo”, institui o Ministério Pastoral dos padres e, bispos. E, em seguida, ao término da Ceia, institui a Eucaristia, mudando o pão e o vinho em seu Corpo e Sangue, alimentos para nossa fé e unidade.

Depois da Ceia Pascal, com a celebração da Eucaristia, memória viva do maior mistério do amor de Deus, do sacrifício de Cristo até as últimas consequências, eis que, na Sexta-feira Santa, nós celebramos num rito sóbrio de uma intensíssima espiritualidade da morte do Senhor. 

Neste dia, a Igreja não tem a celebração da eucaristia, mas convida seus fiéis a olhar, a contemplar o crucificado, Cristo que morre na Cruz.

Ele nos amou até doar a última gota do seu sangue. E, em nossa tradição, fazemos um dia de jejum e abstinência de carne que nos ajude a vivenciar e maior profundidade a alegria do dom de nossa salvação: o Filho de Deus morre na cruz para nos salvar!

Depois do silêncio do Sábado Santo, em que a Igreja medita e reflete Cristo morto, eis que chegamos à noite da Vigília Pascal, em que celebramos a vitória de Cristo sobre a morte.

A morte foi vencida e a Igreja vibra e renova a sua fé, a sua esperança numa plenitude vivida de realização que Cristo já semeou, plantou na terra e que nos fins dos tempos se realizará plenamente. A Vigília Pascal conclui o tríduo.

Nessa Noite Santa a Igreja celebra assim, a Luz que põe fim às trevas, a memória das grandes páscoas da Povo de Deus, o batismo e a renovação das promessas batismais de nossa incorporação a Jesus Cristo em sua morte e ressurreição e a Eucaristia que nos faz participantes no sacrifício redentor de Jesus

Celebrar a Páscoa é, pois,renascer com Cristo ressuscitado, é passar da morte para a vida, é vencer o pecado e a morte. É também celebrar a vida com o sabor de um ovo de chocolate e mostrar ao mundo que o cristão precisa ser como o coelho: fecundo em virtudes, amor e santidade. É arrumar uma ceia e acender uma vela para convidar os amigos e parentes para se iluminarem com a luz de nossa fé. Uma fé que nasce e renasce constantemente no seio de nossas famílias. É ser criativo e pedir ao Espírito Santo que grave em nossos corações a graça e o verdadeiro sentido dos símbolos pascais:

o Círio Pascal: Representa o Cristo Ressuscitado, que deixou o túmulo, radioso e vitorioso. Na vela pascal ficam gravadas as letras Alfa e Ômega, significando que Deus é o princípio e o fim.

Os algarismos do ano também ficam gravados no Círio Pascal. Nas casas cristãs, é comum o uso da vela no centro da mesa no almoço de Páscoa.

Já o ovo, aparentemente morto, é o símbolo da vida que surge repentinamente, destruindo as paredes externas e irrompendo com a vida. Simboliza a Ressurreição.

Lembremos também os símbolos do Cordeiro, pois, na Páscoa da antiga aliança, era sacrificado um cordeiro. No Novo Testamento, a vítima pascal é Jesus Cristo, chamado Cordeiro Pascal.

O Trigo e a Uva simbolizam o pão e o vinho da Santa Missa e, por seu grande significado com a Trindade Santa, traduzem, por excelência, o símbolo Pascal. E o peixe é o mais antigo dos símbolos de Cristo. Se Ele é o Grande Peixe, somos os peixinhos d’Ele. Isso quer dizer que devemos sempre viver mergulhados na graça de Cristo e na vida divina, trazidas a nós pela água do batismo, momento em que nascemos espiritualmente, como os peixinhos nascem dentro d’água.

Jesus ressuscitou, ressuscitou verdadeiramente. Aleluia!É hora de renovarmos nossa fé, seja por uma participação viva nas liturgias de nossa Igreja, seja na leitura/escuta da Palavra de Deus que liberta e salva, seja no amor-serviço libertador aos irmãos/ãs, sobretudo, os mais necessitados. É nossa missão de fé testemunhar o Ressuscitado! FELIZ PÁSCOA!

Medoro, irmão menor-padre pecador

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