Gilson Francisco Borsato, o Gilson Ricardo (4/10/1948-22/1/2023) |
Sua magia penetrava pelas cabines de rádio e televisão, invadia redações e alcançava o cinema através do Canal 100. Apenas a Semana de Arte Moderna, de 1922, aguçou a nossa intelectualidade em números parecidos.
João Saldanha, Sandro Moreira, Nelson Rodrigues e Armando Nogueira. O fino da literatura alcançava os tablóides esportivos. Nas transmissões, que luxo ter Waldir Amaral. Jorge Curi, Mário Vianna. No Jornal dos Sports, charges do Nani e do Henfil. Era até covardia.
Quando nosso futebol foi perdendo o encanto, a imprensa também sentiu o impacto ao não mais receber fluídos inspiradores. O que nos restava era a graça, o humor fino e debochado levado aos arquibaldos, a ironia que divertia geraldinos de um gênio da comunicação chamado Gilson Ricardo.
Ele descrevia, como poucos, o lado engraçado do nosso futebol, criando bordões, tirando um sorriso da gente até quando um atacante nosso perdia um pênalti.
"Ribamar! Ribamar...Para com isso! Meu garoto! Não foi assim que papai lhe ensinou...!"
Chico Anisio, Jô Soares, Gilson Ricardo. O último a sair apague os refletores, deixe às escuras o Maracanã e vá assistir o Fla x Flu do estadual em Cariacica. Porque o Rio, dos sambas e batucadas, dos malandros e mulatas, de requebros febris está de luto.
Em respeito à um dos seus comunicadores ilustres que a tornaram uma cidade única, divertida e maravilhosa pelas ondas sonoras do rádio.
Por José Roberto Padilha
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