Não se provoca uma grande paixão

Esse rapaz, Raniel, precisa saber que não se pode jogar futebol, no país do futebol, sem respeitar as paixões regionais que o fizeram tão importante na vida da sua gente.

Joguei três anos em Recife, no Santa Cruz, e vi de perto o amor que seus torcedores levam aos estádios. Vão lá torcer pela camisa que amam tanto quanto sua família.

Se esse rapaz tivesse discernimento, lucidez, saberia que o jogo com o Vasco representava a última chance de Pernambuco voltar à elite do cenário nacional.

Santa Cruz se perdeu em séries menores, o Náutico é lanterna da B e vai despencar para a C. Só o Sport poderia lavar a alma pernambucana.

Estavam próximas a isso e viram seu sonho ruir no último minuto. E no lugar desse luto ser respeitado, ele, Raniel, marca o gol e corre para comemorar justamente junto a dor adversária. E leva seu time consigo.

Respeito à Maurício de Nassau. Não eram assim que as naus portuguesas tentaram recuperar Olinda. Uma simples aula de história, outra de Educação Moral e Cívica faria bem a esse desinformado marcador de gols e provocador de conflitos.

Está mais que provado, não é mais uma questão de calçar chuteiras, assinar um contrato e ir jogar uma bolinha. Se não entender a importância social alcançada pelo futebol, melhor tentar praticar outros esportes. Como o Rugbi, Hóquei sobre Patins, Salto com Vara...

Por José Roberto Padilha 

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