Setembro, mês da Bíblia

Concluímos nesta quarta-feira o Mês Vocacional que, para nossa Diocese de Valença, teve um testemunho especial. O Papa Francisco escolheu dois brasileiros para compor o colégio cardinalício.

E entres os 25 eleitos, um brasileiro é o mais jovem com 55 anos e filho de Valença: O Cardeal Dom Paulo César Costa. 

Foi pároco em Valença, Paraíba do Sul e Vassouras, professor e diretor do Departamento de Teologia da PUC-Rio, Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Bispo da Diocese de São Carlos, SP e atualmente Arcebispo de Brasília. Parabenizamos-lhe e rezamos por sua configuração crescente ao Bom Pastor.

Estamos iniciando o "Mês da Bíblia", que é uma atividade da Igreja do Brasil, iniciada em 1971, e pretende ser um tempo privilegiado para aprofundar o estudo de um livro ou uma temática bíblica.

O tema do Mês da Bíblia desse ano de 2022 é o Livro de Josué e o lema é "O Senhor teu Deus está contigo por onde quer que andes" (Js 1,9).

O motivo principal para a escolha do Livro de Josué é a comemoração dos 200 anos da "Independência do Brasil" (1822).

Desse modo, esperamos também refletir sobre a importância da terra na nossa história, alimentar a esperança e perceber em toda a trajetória do povo brasileiro a presença benevolente de Deus.

No Antigo Testamento, o Livro de Josué, pertence ao bloco dos livros dos Profetas Anteriores (Josué, Juízes, 1 e 2Samuel e 1 e 2 Reis), pois Josué é considerado um profeta, dado que Deus lhe revela a sua vontade, que deve ser transmitida ao povo (Js 1,1; 4,15-16), semelhante a Moisés (Dt 34). No cânone bíblico da Igreja Católica, Josué faz parte do bloco dos livros históricos.

Como podemos deduzir, esse livro recebe o nome do seu personagem principal, Josué, que em hebraico significa “Deus salva”.

Ele é filho de Num, o sucessor de Moisés e será aquele que conduzirá o povo, após a travessia pelo deserto, para entrar na Terra Prometida e também terá a responsabilidade de repartir a terra de Canaã entre as tribos de Israel.

O tema central do Livro de Josué é a entrada do povo de Deus na Terra Prometida, após a longa travessia pelo deserto, em busca da libertação da escravidão do Egito (Ex-Dt) e do cumprimento das promessas feita aos patriarcas e matriarcas (Gn 12-50).

Por isso, o Livro de Josué não tem como finalidade oferecer dados históricos, no sentido de fatos realmente acontecidos, mas de propiciar uma chave hermenêutica para se ler a história do povo de Israel, e também a nossa.

Essa chave de leitura parte do princípio de que Deus é fiel, concede a terra a todos, cumprindo, portanto, a promessa dada aos patriarcas e matriarcas, mas somente permanecerá nessa terra o povo que for fiel aos mandamentos e normas, dada por Ele.

Por conseguinte, se os israelitas sofreram com os exílios, não é porque Deus abandonou o seu povo, mas porque o povo abandonou o seu Deus, praticando tudo que é mal aos seus olhos, ou seja, a injustiça.

“Foi preciso selecionar aqueles capítulos com mais densidade e afinidade temática para animar a fé dos homens e mulheres que hoje contam com a Palavra da Escritura para crer que Deus sempre esteve próximo dos seus eleitos (...) Deus nunca deixa sem respostas as pessoas e comunidades que a Ele se confundem”afirma o presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, dom José Antônio Peruzzo.

“Não temos dúvida que esse livro soa como uma catequese para impulsionar o povo na conquista da terra. O Livro de Josué é um autêntico testemunho de que Deus realiza a promessa feita ao seu povo Israel. Da escravidão para a posse da Terra Prometida”, afirma um trecho do texto-base publicado pela CNBB. Valorizemos, assim, os Círculos Bíblicos como alimento para nossa fé e nosso compromisso com uma vida mais digna, feliz e fraterna para todos!

Medoro, irmão menor-padre pecador

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