A Bandeira da Liberdade

Todo o universo esportivo sabe que existe um Fluminense FC antes e depois de Francisco Horta. E um CR Flamengo antes e depois de Bandeira de Mello.

Não se crava na história a saga de uma Máquina de Vencer ou Vencer sem ousadia. Muito menos, eleva a um outro patamar um clube, que representa uma nação, sem coragem, prudência e inteligência.

Agora, por uma declaração proferida sobre o incêndio no Ninho do Urubu, onde 10 jovens perderam suas vidas e sonhos, "Se fosse no meu mandato, essa tragédia não teria ocorrido", Bandeira de Melllo será julgado, hoje, pelo Conselho Deliberativo do clube.

Pode ser advertido, suspenso ou até expulso.

Liberdade de expressão. Talvez esse seja o direito constitucional alojado no andar mais alto da democracia.

Como a nossa é recente, o elevador custa a alcançá-la porque ainda há resquícios de autoritarismo impregnado nos primeiros pavimentos.

E todos nós demoramos a entendê-la. E respeitá-la.

Nos parece que o caminho correto seria um processo na justiça comum. E ele teria a direito a defesa.

Quanto ao clube, melhor aproveitar a reunião do conselho e aprovar a colocação de uma estátua para ele na sede do clube. Antes que o Fluminense saia na frente e encomende uma para Francisco Horta.

Ao lado dos seus artilheiros (Romario, em São Januário) e dos que defenderam seu patrimônio (Carlos Castilho, nas Laranjeiras) relevantes presidentes, exceções num cenário de irrelevantes gestões, mereciam ter as suas estátuas erguidas também.

Porque existem gols marcados, conquistas alcançadas, fora das quatro linhas. Em meio às caneladas dos nossos cartolas, cuja cúpula maior foi presa por corrupção, monumentos que simbolizam respeito, competência e honestidade, no trato com nossa maior paixão, precisam ser erguidos.

E, quem sabe, seguidos.

Por José Roberto Padilha
Imagem: Reprodução

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