Confiança No Futuro

De uns tempos para cá, vem-se notando no ambiente do mundo um verdadeiro afloramento de inquietações de diversa índole, com traços marcantes de violência, que agitam o espírito humano.

· A que obedecem tais inquietações, bem como as repetidas manifestações turbulentas que se promovem de um a outro ponto da Terra?

· Que pensamentos impedem os homens de viver em paz, em harmonia com seus semelhantes e tranquilos com suas consciências e seus interesses?

· Que germe maligno se introduz nas mentes humanas, fazendo com que elas, em torturantes desvios, compliquem as situações e multipliquem os problemas, quando mais necessárias são as soluções e o entendimento mútuo?

· Porventura isso não será devido ao fato de que as almas se intoxicam vivendo nas cidades, onde mal existem espaços que não estejam já ocupados pelos milhões que as habitam?

· Acaso não estará ocorrendo que a perda do contato com a Natureza, ou seja, com o campo, as montanhas, o mar, pouco a pouco vai insensibilizando os seres, endurecendo seus corações e fazendo com que suas mentes se tornem agressivas?

Na verdade, o ritmo acelerado da vida, as obrigações de toda classe e as múltiplas atenções impostas pelo ambiente social pervertem, de certo modo, o sentimento que antes caracterizou a vida das famílias, quando não havia tantas pressões para cumprir as exigências do viver diário.

O fato é que existe, por todas as partes, um nervosismo e uma ansiedade coletiva, configurados numa série de curiosos aspectos, e que custa muito acalmar.

Diríamos que, tão logo é satisfeita uma necessidade, uma exigência ou um desejo, surgem de imediato outros que, com maior insistência, exigem ser atendidos e resolvidos, muitas vezes em prejuízo da justa medida, das conveniências e do bom senso.

É necessário que voltem a renascera confiança, o entusiasmo e a fé no futuro, e, para que isso ocorra, será preciso trabalhar intensa e incansavelmente, a fim de conquistar a paz com sacrifício e sem esquecer a compreensão extraída de todos os acontecimentos passados, para poder assim reformar a conduta dos povos, fazendo com que se conduzam sem receios nem desconfianças, com nobreza e dignidade, pelo caminho que cada um deve percorrer do nascimento à morte, cumprindo uma lei que cabe a todos os homens respeitar por igual, precisamente por lhes ter sido imposta para realizar seu destino.

Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
Extraído de Coletânea da Revista Logosofia – Tomo I, p.187
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