Dengue, Zika vírus e Chikungunya: entenda a diferença entre as arboviroses



Na edição passada, o Entre-Rios Jornal trouxe um alerta sobre a proliferação do mosquito Aedes aegypti – vetor responsável pela transmissão da dengue, Zika vírus e febre Chikungunya – durante o período de chuvas e calor no Sudeste, compreendido entre os meses de outubro e março.

Tais doenças são conhecidas como arboviroses, pois são causadas pelos arbovírus. A classificação arbovírus, no entanto, engloba, além dos vírus que causam essas doenças, todos aqueles transmitidos por insetos e aracnídeos, como aranhas e carrapatos.

De acordo com o Ministério da Saúde, os números relativos a pacientes infectados com o vírus da dengue subiram nos primeiros meses de 2021, em diversas regiões do país.

Em São Paulo, por exemplo, até o dia 3 desse mês, 7.172 casos foram registrados na cidade. O aumento em relação ao ano de 2020 é, até agora, de 253%.

Como a doença, apresenta inicialmente sintomas comuns, como a febre, muitas pessoas, em vez de procurarem atendimento médico, optam pela automedicação, o que é um grande risco.

Os indícios, no entanto, podem não ser de dengue, mas de outra arbovirose, já que os sintomas costumam ser parecidos. Nesse caso, é importante conhecer a doença para lidar com ela de forma correta.

As semelhanças vão ainda além: todas elas podem provocar dor e manchas pelo corpo. De acordo com a infectologista e epidemiologista Helena Brígida, entrevistada pela Agência Brasil, “a diferença é sutil e o diagnóstico precisa ser clínico e epidemiológico, levando em conta a situação de infecções naquela localidade”.

No caso da dengue, os sintomas mais comuns são febre alta, dor no corpo – muscular e/ou nas articulações –, dor de cabeça e atrás dos olhos, além de erupções na pele.

Há ainda o que o alguns “sinais de alerta” para detectar formar mais graves da doença, como dor abdominal persistente, sinal de sangramento – principalmente na gengiva – e tontura.

O vírus da dengue se apresenta em quatro subtipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. DEN-1 e DEN-3 costumam desencadear quadros leves da doença, já DEN-2 e DEN-4 provocam inflamações maiores no corpo e podem resultar em quadros mais graves, como o hemorrágico.

Cada vez que alguém pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele – e isso significa que uma pessoa pode ter dengue quatro vezes.

No caso da chikungunya, além da febre intensa, há dor, principalmente nas articulações,com possibilidade de lesões na pele. O agravamento da doença não é comum, mas pode acontecer caso a doença não seja devidamente acompanhada.

Dentre as arboviroses transmitidos pelo Aedes aegypti, o Zika vírus é a que tem a manifestação mais discreta. Os sintomas são geralmente febre geralmente baixa, manchas no corpo e mal estar.

Os maiores problemas ocasionados pelo vírus são as possíveis sequelas, como a síndrome congênita do Zika, síndrome que afeta bebês ainda durante a gestação, caso a mãe esteja infectada. Nessa situação, a criança pode nascer com microcefalia e outras complicações.

“Não dá pra dizer logo de cara o que é. O médico tem que ouvir todo o conjunto de sintomas para definir a melhor conduta”, explica Helena. A médica destaca que, no caso da dengue, o sintoma de maior destaque é a febre, sempre alta e de início súbito. Já a característica mais marcante na infecção por chikungunya são as dores nas articulações, bem mais intensas que nas outras duas doenças. Por fim, o Zika tem como principal manifestação manchas pelo corpo bastante avermelhadas e que coçam muito, além de joelhos e tornozelos inchados.

Por Raí de Castro 
Imagem: Secom PMTR / Arquivo ERJfull-width 

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