Período de chuvas e calor aumenta risco de arboviroses



O período entre os meses de outubro e março, marcado pelo aumento da temperatura e dos níveis de precipitação na região Sudeste do país, traz consigo uma lembrança: o risco de arboviroses, doenças causadas pelos arbovírus, que incluem os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

Embora a covid-19 tenha se tornado a maior das preocupações quando se fala em virose, há um antigo conhecido dos brasileiros que continua fazendo vítimas e precisa ser combatido com o mesmo esforço coletivo que se tem feito desde o início da pandemia: o Aedes aegypti, mosquito transmissor das arboviroses.

O Ministério da Saúde publicou, no fim do mês passado, um alerta sobre a proliferação do mosquito. Como o período do ano com maior transmissão das doenças causadas pelo inseto são os meses mais chuvosos de cada região, a relevância do comunicado é ainda maior para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, que já experimentam o clima característico dessa época.

A arma é a mesma de sempre: evitar água parada emanter a higiene. Uma curiosidade é que os ovos do Aedes aegypti podem sobreviver por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver. Ou seja, elessão capazes de permanecerpor esse tempo mesmo num local seco até que este local receba água limpa novamente.Em cerca de meia hora em contato com a água,o ovo pode se desenvolver.

Para tanto, é importante verificar a presença de água parada em pneus, vasos de plantas, garrafas e outros recipientes que possam permitir a reprodução do mosquito.

“É importante lembrar de tapar os tonéis d’água, manter as calhas limpas, deixar garrafas e recipientes com a boca para baixo, limpar semanalmente e encher os pratos de vaso de plantas com areia, manter lixeiras bem tampadas, ralos limpos, com aplicação de telas, além de manter lonas para material de construção e piscinas sempre esticadas para não acumular água”, lembra o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros.

A prevenção, no entanto, deve ir além: é indicado o uso de inseticidas que podem ser aplicados nos depósitos de água, ralos e pratos de plantas.

Para facilitar, existem receitas caseiras de inseticidas naturais, como este, feito com cravo da índia: basta bater no liquidificador uma xícara (de chá) de água com 60 cravos da índia, coar, colocar num recipiente e aplicar pelo menos três gotas nos locais críticos.

O Aedes aegypti é parecido com um pernilongo comum, mas tem uma característica que permite identificá-lo facilmente: listras brancas na região do abdômen, na porção mais final do corpo do mosquito, e pernas zebradas.

Outra característica é que ele não tem hábitos noturnos, ou seja, a maior frequência de picada ocorre no início da manhã e durante a tarde.

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o Brasil registrou cerca de 1,5 milhão de casos de dengue no ano passado – e essa é apenas uma das doenças transmitidas pelo mosquito.

Segundo o Ministério da Saúde, os números continuaram a subir nos primeiros meses de 2021, em diversas regiões do país.

Nesse tempo de pandemia, é comum que o paciente, ao se sentir mal, confunda os sintomas da dengue com os da covid-19, por isso é importante entender a diferença entra as doenças.

De acordo com epidemiologista Gabriela Vilar – em entrevista à Agência Brasil –, o recomendável é observar a duração da febre.

Segundo ela, é comum que a febre da dengue dure mais de quatro ou cinco dias e seja acompanhada dores atrás dos olhos e nas articulações.

Na maioria dos casos, os sintomas da dengue duram até dez dias. Mas a fraqueza e mal-estar podem permanecer por algumas semanas.

Infelizmente não existe um tratamento específico para a dengue, somente para os sintomas, com medicamentos para febre, dores no corpo e na cabeça. É importante aumentar a ingestão de líquidos para evitar uma desidratação.

Há ainda a forma grave da doença, a dengue hemorrágica, que pode levar à morte. É válido estar atento a manchinhas vermelhas e sangramentos na gengiva, primeiros sinais de alerta da complicação.

Raí de Castro
Foto: Reproduçãofull-width


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