A Economia de Francisco e Clara na Assembleia Eclesial da América Latina II

Vamos concluir nesta coluna a leitura da reflexão conjunta de Alan Faria Andrade, Advogado, mestre e doutorando em Direito pela PUC/SP e de Eduardo Brasileiro, Educador Popular, mestrando em Sociologia pela PUC/MG, ambos integrantes da Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara (ABEFC) e a Economy of Francesco (EoF), sobre a primeira Assembleia Eclesial na Grande Pátria, com o objetivo de trabalharmos juntos na construção do Reino de Deus em nossas realidades.

Na semana passada refletimos que a realidade socioeconômica nos interpela sobremaneira pela pandemia da Sars/Covid-19, pela manutenção de uma economia extrativista, financeirizada e neoliberal.Esses três pilares são na atualidade grandes ideologias que sustentam a sociedade da desigualdade, da precariedade (dos descartados) e da injustiça.

Frente a isso, o Papa Francisco nos provocou a 3 grandes reflexões: A vocação de Assis, o Pacto de Assis e a Cultura do Encontro. Vimos que essas são três ferramentas de construção da Economia de Francisco e Clara em nossa missão evangelizadora latino-americana.

Um mecanismo convencional da ideologia dominante é criar esquemas de aprisionamento de nossas subjetividades, nesse sentido, toda proposta que proponha uma reforma das estruturas exige romper com nossos medos.

O neoliberalismo aprofundou a crise da vida comunitária pois concretiza pelo individualismo a morte da vida e das alternativas comunitárias. É por isso, que há tantos caminhos sem saída na lógica neoliberal, como a drogadição, a violência, a depressão, e tantos outros fatalismos.

A cultura do encontro é a "(...) lição que romperá todo o fatalismo no qual estávamos imersos e permitirá voltar a sentirmo-nos artífices e protagonistas de uma história comum e, assim, responder conjuntamente a tantos males que atingem milhões de irmãos ao redor do mundo" (Francisco, 2020).

A Economia de Francisco e Clara concretiza que só há saída coletiva para problemas sociais existentes e esses ocorrerão pela abertura que nossa comunidade, paróquia ou diocese deve dar a recepção para 'realmar' a economia.

E, na Assembleia Eclesial, suas reflexões e momentos de oração, individual e coletiva, são profundamente ricas se preenchidas de práticas pastorais que envolvam o encontro com alternativas econômicas solidárias e ecológicas e com a exigência cada vez mais uníssona de um novo pacto econômico global que rompa o extrativismo, a financeirização e o neoliberalismo.

A Assembleia Eclesial se realizará de 21 a 28 de novembro de 2021, sob o olhar amoroso de Santa Maria de Guadalupe, na Cidade do México. Por causa de seu caráter sinodal, o Papa Francisco também nos lembra que somos todos Povo de Deus: "a Igreja se entrega ao partir o pão … com todos, sem exclusão.

E a Assembleia eclesial é um sinal disso" (vídeo-mensagem de 24 de janeiro de 2021), é assim que, em preparação à Assembleia, viveremos um amplo processo de escuta para discernir juntos a vontade de Deus e a chamada de que nos torna Igreja nesta região do mundo.

E por fim, neste exato momento abriu-se o espaço de escuta, no qual nós como membros da Igreja Povo de Deus, podemos contribuir com as nossas opiniões e percepções por meio do site: https://asambleaeclesial.lat/escucha/.

Mas também podemos contribuir com nossas orações individuais e coletivas, como corpo místico que almeja mudanças estruturais e profundas em toda Igreja na América Latina.

Para tanto, basta se inscrever no link acima e depois seguir as instruções no site, que também possui um itinerário de oração para rezarmos juntos como Povo de Deus para o bom êxito da assembleia.

Façamos parte deste momento histórico e significativo para a Igreja, para nós e para Deus! "Somos todos discípulos missionários em saída”!

Por Medoro, irmão menor-padre pecador

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