Dia Nacional de Combate à Dengue reforça necessidade de prevenção e atenção aos primeiros sinais

Especialista do HCNSC alerta para o aumento de casos, a importância de eliminar criadouros e o reconhecimento rápido dos sintomas




O Dia Nacional de Combate à Dengue marca um esforço essencial de conscientização sobre uma das doenças mais prevalentes e desafiadoras da saúde pública brasileira. Em um cenário de aumento dos casos e circulação simultânea dos quatro diferentes tipos do vírus, profissionais de saúde reforçam que a prevenção continua sendo a principal estratégia para conter o avanço da dengue, uma enfermidade que pode ser grave, mas cujos riscos são amplamente reduzidos quando o diagnóstico é precoce e as medidas de cuidado são adotadas de forma consistente.

A dengue costuma se manifestar com febre alta e repentina, dor de cabeça e atrás dos olhos, dores intensas no corpo e nas articulações, cansaço extremo e manchas vermelhas na pele. De acordo com o enfermeiro Felipe Álvaro, especialista em Gestão em Saúde e Controle de Infecção do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição, diferenciar a dengue de outras infecções virais é fundamental para procurar atendimento no momento adequado. “Ao contrário da gripe e da Covid-19, a dengue não costuma causar sintomas respiratórios como tosse e coriza. Já doenças como Zika e Chikungunya apresentam características próprias: a primeira com febre mais baixa, coceira intensa e olhos avermelhados, enquanto a segunda é marcada por dores articulares muito fortes e prolongadas”, conta o enfermeiro do HCNSC.

O aumento de casos observados no país é resultado de uma combinação de fatores biológicos, ambientais e sociais. As mudanças climáticas, com períodos mais longos de calor e chuva, favorecem a proliferação do Aedes aegypti. Além disso, a urbanização desordenada, o acúmulo de lixo e a baixa adesão da população às práticas preventivas criam um ambiente ideal para o mosquito se multiplicar. A circulação simultânea dos quatro sorotipos do vírus também amplia o risco, já que uma pessoa pode contrair dengue mais de uma vez, com vírus diferentes, e cada episódio pode ser mais grave que o anterior.

Neste contexto, o combate ao mosquito permanece como a principal medida de proteção. Sem o vetor, o vírus não se dissemina e, como a vacina ainda não está disponível para toda a população, eliminar criadouros é essencial. Manter caixas d’água tampadas, limpar calhas, colocar areia nos pratinhos de plantas, evitar qualquer acúmulo de água parada e fazer o descarte correto de resíduos são atitudes diárias que reduzem significativamente a transmissão. “São ações simples, mas que fazem toda a diferença”, destaca Felipe Álvaro.

O especialista reforça ainda a importância de atenção aos grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças crônicas. A dengue pode evoluir para formas graves, com sangramentos, queda de pressão, desidratação e até falência de órgãos, exigindo atendimento imediato. Sintomas como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramentos e sonolência excessiva devem ser encarados como sinais de alerta. “Reconhecer os sintomas rapidamente pode evitar complicações e salvar vidas”, afirma.

Para o especialista, campanhas como o Dia Nacional de Combate à Dengue são fundamentais para mobilizar a sociedade e reforçar que o enfrentamento da doença é uma responsabilidade compartilhada. A participação do poder público, das empresas e da população é decisiva para interromper o ciclo de transmissão.

“A conscientização é o primeiro passo para quebrar o ciclo de transmissão. Com informação de qualidade, ações preventivas simples e engajamento coletivo, é possível reduzir os casos e proteger a saúde da comunidade durante todo o ano. O desafio da dengue exige constância e cada atitude conta”, conclui o enfermeiro do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição. Assessoria HCNSC


Comentar

أحدث أقدم