
Redação
A explosão das apostas esportivas e jogos de azar pela internet já afeta de forma preocupante as finanças das famílias brasileiras. Levantamento da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil mostra que 39,5 milhões de pessoas apostaram nos últimos 12 meses — o equivalente a um terço dos consumidores digitais. Desse total, 19% (cerca de 7,5 milhões) admitiram ter comprometido parte da renda com as bets.
O estudo revela que 17% dos apostadores deixaram de pagar contas para continuar jogando e 29% já tiveram o nome negativado por dívidas relacionadas às apostas. Entre os que enfrentaram restrição de crédito, 17% ainda permanecem nessa situação. O gasto médio mensal chega a R$ 187, sendo maior nas classes A e B (R$ 255) do que nas C, D e E (R$ 152).
Além do impacto financeiro, 28% dos entrevistados relataram efeitos negativos na vida pessoal, como irritação, conflitos familiares e problemas de saúde mental, incluindo ansiedade e depressão.
Para o presidente da CNDL, José César da Costa, o crescimento acelerado das apostas representa um “problema social e econômico” e exige uma regulamentação que priorize a proteção dos consumidores, e não apenas a arrecadação. O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior, reforça que “as apostas deixaram de ser um hobby e viraram armadilha”, defendendo restrições no uso de cartão de crédito e no acesso a empréstimos para jogar.
A pesquisa também indica que a maioria da população (60%) vê com maus olhos a publicidade de apostas feita por celebridades e influenciadores, e 56% defendem a continuidade da atividade apenas com regras mais rígidas e maior fiscalização.
Caixa suspende lançamento de plataforma própria
A decisão ocorreu após cobrança direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se irritou com os planos em meio às críticas ao endividamento crescente das famílias. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência orientou o banco a concentrar esforços em outras frentes, como o programa de reforma de moradias, que movimentará R$ 40 bilhões e tem forte apelo social e eleitoral.
O recuo da Caixa reflete a crescente preocupação do governo e de entidades civis com os efeitos econômicos e sociais das apostas virtuais, um fenômeno que, segundo especialistas, já compromete a renda e o bem-estar de milhões de brasileiros. Com informações do UOL/ Caixa
Imagem: Reprodução

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