Após megaoperação no Rio, PM reforça barreiras e patrulhamento em Três Rios e região





Estradas que ligam a capital ao interior do Estado do Rio estão com policiamento reforçado. Nesta quarta-feira (29), após a Operação Contenção, que deixou 121 mortos e 113 presos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, o 38º Batalhão de Polícia Militar intensificou a presença de agentes em Três Rios, Paraíba do Sul, Levy Gasparian, Areal e Sapucaia.

Em nota, o 38º BPM informou que mantém todo o efetivo em estado de prontidão, com patrulhamento intensificado nas saídas das cidades. Em Sapucaia, ônibus vindos do Rio passaram a ser parados e revistados, em ações de controle e prevenção.

A medida, segundo o comando do batalhão, atende a uma orientação da Secretaria de Estado de Polícia Militar, que determinou atenção redobrada das unidades do interior para impedir a fuga de criminosos e o deslocamento de foragidos da capital.

“Seguimos com a presença constante em pontos estratégicos, garantindo a segurança da população”, afirmou o batalhão, em nota.


Operação Contenção

A ação no Rio mobilizou 2,5 mil agentes das forças de segurança e foi considerada “bem-sucedida” pelo governador Cláudio Castro. “As únicas vítimas foram os quatro policiais mortos”, declarou. O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, também defendeu a operação e classificou o ‘dano colateral’ como pequeno, dizendo que “apenas quatro inocentes morreram”.

O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, detalhou que 58 suspeitos foram mortos no primeiro dia da ação e que outros 63 corpos foram encontrados na manhã seguinte, totalizando 121 mortos. Moradores, no entanto, contestam os números oficiais: afirmam que 74 corpos foram retirados da região da Vacaria, área de mata no alto da Serra da Misericórdia, onde os confrontos se concentraram.



O secretário da Polícia Militar, Marcelo de Menezes, explicou que a estratégia envolveu a criação do chamado “Muro do Bope”, uma barreira humana formada por agentes do Batalhão de Operações Especiais para empurrar os criminosos em direção à mata, onde outras equipes aguardavam.

As cenas registradas por drones, mostrando corpos sendo levados a uma praça da Penha, repercutiram nacionalmente e intensificaram o debate sobre o uso da força nas favelas. Entidades de direitos humanos classificaram a ação como “chacina” e “massacre”, enquanto o governo estadual manteve o discurso de que se tratou de uma operação “necessária para restabelecer a ordem”.



Enquanto a situação ainda repercute na capital, o 38º BPM informou que seguirá com o patrulhamento reforçado e operações preventivas em toda a área de abrangência. “O batalhão permanece vigilante e comprometido com a missão de proteger e servir”, concluiu o comunicado.

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