A Justiça do Rio de Janeiro converteu em preventiva, nesta sexta-feira (24), a prisão em flagrante de quatro suspeitos envolvidos na venda de carne imprópria para consumo humano. Entre os detidos está Almir Jorge Luís da Silva, um dos proprietários da empresa Tem Di Tudo Salvados, de Três Rios.
De acordo com a Delegacia do Consumidor (Decon-RJ), a empresa adquiriu 800 toneladas de carne deteriorada de um frigorífico de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A proteína animal ficou submersa durante a enchente histórica que devastou o estado em maio de 2024, deixando mais de 200 mortos.
A Tem Di Tudo, autorizada a reaproveitar produtos vencidos para a produção de ração animal, afirmou aos produtores gaúchos que usaria a carne para esse fim. No entanto, as investigações indicam que os produtos foram maquiados e vendidos como carne bovina, suína e de aves para açougues e mercados de todo o Brasil.
Na última quarta-feira (22), a operação da Decon cumpriu oito mandados de busca e apreensão na sede da Tem Di Tudo e em endereços vinculados aos sócios. Foram encontrados mais alimentos podres ou vencidos. No galpão da empresa, agentes localizaram pacotes de carne embalados a vácuo possivelmente oriundos do lote comprometido, além de carnes penduradas em condições inadequadas e produtos armazenados em prateleiras enferrujadas.
As notas fiscais analisadas apontam um lucro de mais de 1.000% no esquema.
Os investigados podem responder por crimes como associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, com repercussões nacionais.
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