Outubro rosa: gesto de mulher durante guerra iniciou criação de símbolo do combate ao câncer de mama

Conheça as origens da campanha que estimula a conscientização global sobre o tema e como o laço rosa virou sinônimo do movimento


PenelopeLaingen: Fita amarela para pedir liberdade do marido durante crise dos reféns no Irã | Reprodução



Penelope Laingen, esposa de um diplomata americano mantido refém no Irã por radicais islâmicos entre 1979 e 1981, deu início a uma prática que se tornaria um símbolo de esperança e conscientização. Durante os 444 dias em que 52 americanos foram mantidos como reféns após a Revolução Islâmica, Penelope amarrou uma fita amarela em torno de uma árvore em frente à sua casa, em Bethesda, Maryland. A ideia era simbolizar sua esperança no retorno seguro de seu marido. Ela, que na época tinha 48 anos e liderava um grupo de apoio às famílias dos reféns, começou a promover a fita amarela como um símbolo de unidade e expectativa. Rapidamente, o gesto se espalhou pelos Estados Unidos.

Penelope foi inspirada por uma canção popular da década anterior, “Tie a Yellow Ribbon ’Round the Ole OakTree”, que conta a história de um prisioneiro pedindo que sua amada pendure uma fita amarela em uma árvore se ainda o aceitar após sua libertação. Embora o laço amarelo já tivesse sido usado antes, como durante a Guerra Civil Americana, Penelope não imaginava que sua atitude simples ecoaria em campanhas de conscientização que surgiriam nas décadas seguintes.

Nos anos 1980, enquanto o uso de laços como símbolo de causas ganhava força, um novo movimento emergiu nos Estados Unidos. A luta contra o câncer de mama ainda enfrentava muitos tabus, e poucas iniciativas públicas abordavam o tema. Foi então que Charlotte Haley, uma residente de Los Angeles que teve familiares afetados pela doença, decidiu agir. Haley começou a distribuir fitas de cor pêssego, sua cor preferida, como forma de sensibilizar as pessoas para a necessidade de mais pesquisas e conscientização sobre o câncer de mama.

Charlotte colocava as fitas em cartões que incentivavam as pessoas a usar o laço e, assim, promover a causa. Seu objetivo era estimular conversas sobre o câncer e pressionar o governo a investir mais em tratamentos e prevenção. O movimento foi crescendo e chamou a atenção de Alexandra Penney, editora da revista “Self”, que desejava incluir a fita em uma campanha nacional contra o câncer de mama. Charlotte, porém, recusou, temendo que seu projeto fosse comercializado.

Determinada a seguir com a campanha, Alexandra decidiu criar uma nova versão do símbolo. Assim, a fita cor-de-rosa nasceu e ganhou visibilidade em 1991, durante a corrida “Komen New York City Race for the Cure”, um evento em prol da conscientização sobre o câncer de mama. Mas foi no ano seguinte, em 1992, que a fita rosa se tornou amplamente reconhecida, graças à edição especial da “Self” dedicada à causa. A revista, em parceria com empresas de cosméticos, distribuiu as fitas e a publicação em larga escala, consolidando o laço rosa como o ícone oficial da luta contra o câncer de mama.

A partir de então, o laço cor-de-rosa se transformou em um símbolo mundial, especialmente durante o mês de outubro, que se tornou o mês de conscientização sobre o câncer de mama, o conhecido “Outubro Rosa”. O laço é usado para lembrar a importância do diagnóstico precoce e incentivar a realização de exames preventivos, como mamografias, fundamentais para salvar vidas.



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