Documentário sobre os 60 anos do Bambas do Ritmo estreia no cinema

Em quatro episódios, primeira edição será apresentada ao público na próxima terça-feira, dia 5


Ex-presidente Dirceu Duarte roteirizou os quatro episódios: “O Bambas é algo que entrelaça com a minha vida desde criança”

Redação

Em 13 de janeiro desse ano, a escola de samba Bambas do Ritmo, uma das mais tradicionais do carnaval de Três Rios, completou 60 anos de existência, com personagens e momentos marcantes na cultura da cidade.

As comemorações não param e, na próxima terça-feira (5/11), em uma sala do Cine Show, no Shopping Américo Silva, às 19h, 160 convidados irão apreciar o primeiro episódio da websérie “Feliz daquele que tem a Vermelho e Branco no coração”, produzida com incentivos da Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

Em 2011, o então produtor cultural Joel São Tiago, apaixonado pela agremiação do bairro do Cantagalo, onde desfila como destaque, decidiu fazer um documentário sobre o cinquentenário do Bambas, previsto para 2014. Diversas entrevistas já haviam sido realizadas até aquele momento, incluindo depoimentos de fundadores, membros da diretoria e amantes da escola. No entanto, por força do destino, o projeto não avançou, mas o material foi devidamente arquivado para um momento oportuno.

 
Edvaldo Freire atua desde as primeiras gravações feitas para os 50 anos da escola

Em 2023, com a chegada do aniversário de 60 anos da escola, o ex-presidente e entusiasta Dirceu Duarte, em parceria com o diretor e produtor Edvaldo Freire, retomou o projeto ao gravar mais 15 depoimentos nos últimos meses, que se somaram aos depoimentos gravados por Joel anteriormente e gentilmente cedidos à nova empreitada cultural. O projeto, roteirizado por Dirceu Duarte, sob direção de Edvaldo Freire e produção de Bruno Lopes, ganhou forma e se concretizou para celebrar as seis décadas.

 
Bruno Lopes atua como produtor da websérie dividida em quatro episódios

“O Bambas é algo que entrelaça com a minha vida desde criança. Eu não conseguiria contar minha história sem falar da minha família e do Bambas. O Bambas é uma extensão da minha casa, não sei especificar o momento de início dessa relação, ela é desde sempre.

Na Escola eu passei por todos os degraus hierárquicos desde torcedor, conselheiro fiscal e deliberativo, diretor em pastas diferentes, presidente de ala, vice-presidente, presidente geral e compositor.

Tenho o samba e o Bambas como herança cultural. A participação de meus pais (ex-presidente William Buda e Dona Maria) foi essencial para que eu absorvesse essa cultura. Fui o primeiro presidente, filho de um ex-presidente”, revela Dirceu Duarte.

Foram aproximadamente seis meses e incontáveis horas entre gravações, visualizações, criação de roteiro, decupagem (recorte e ordenação de cenas) e edição, até o produto final.

Momento importante do passado do Bambas do Ritmo: o casal de mestre-sala e porta estandarte (Charuto e Solange) em 1970
  
“Dirigir o documentário Feliz Daquele Que Tem o Vermelho e Branco no Coração é mergulhar nas emoções, nas memórias e na garra dos integrantes da Bambas do Ritmo. Cada ensaio e cada conversa revelam o orgulho e a paixão de uma comunidade que vive o samba”, comenta o diretor e produtor Ed Freire.

A parceria entre Dirceu Duarte e Edvaldo Freire, que inicialmente havia planejado um documentário, acabou tendo que produzir uma websérie de quatro episódios, contando a história e curiosidades dos 60 anos da escola. O projeto também conta com a colaboração do ex-carnavalesco da escola, Fernando Ferreira, que, com apoio de Joel São Tiago, Dirceu Duarte e Edvaldo Freire, vai lançar um livro em dezembro contanto também a história da agremiação. A obra tem o mesmo título do documentário de quatro episódios.

“Hoje realizo um sonho além dos muros do ‘Palácio de Bambas’ que é o de deixar registrada parte da história da escola para gerações futuras. Nunca imaginei nos meus melhores sonhos um dia fazer um trabalho de idealizador e roteirista de uma websérie sobre o Bambas do Ritmo. Um projeto que representa o pagamento de uma conta que estava em aberto; uma espécie de peça-chave de um quebra-cabeças que estava incompleto.

Como diz um provérbio Iorubá: ‘Exú matou um pássaro ontem com a pedra que arremessou hoje’.”, comenta ainda Dirceu.

Outro momento importante da agremiação: o batizado como escola de samba, sob a presidência de Elail Lima, pela Acadêmicos do Salgueiro, em 1971 (Reprodução de arquivo pessoal: Jussara Lima)

Estando desde quando Joel resolver gravar os depoimentos, Edvaldo Freire não esconde a emoção: “Esse projeto é mais do que captar imagens e editar; é um registro de tradição e pertencimento. Com cada cena, buscamos mostrar a força cultural que a vermelho e branco representa para quem carrega esse amor no peito”.

Quem quiser assistir o lançamento da websérie no cinema, deve se apressar. A entrada é gratuita por meio de convite antecipado, que pode ser adquirido no Benguelê, ao lado da quadra do Bambas, no Cantagalo, nesta sexta-feira (1º/11), a partir das 18h ou no sábado (2), a partir do meio-dia. Mais informações: (24) 988759306.

Imagens: Reprodução  











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