Vencendo as lutas internas na convivência

Sempre tive vontade de ser uma pessoa mais sociável. Apoiada pelas orientações da Logosofia, descobri no campo da convivência uma oportunidade de realizar algumas transformações internas.

De forma marcante, o campo familiar produz algumas lutas porque existe um lidar muito próximo, um dia a dia rotineiro, e isso cria uma intimidade que produz chispas.

Tenho um familiar que me fazia reagir muito na sua forma de falar, de viver e de realizar julgamentos superficiais. A convivência com ele causava-me não poucas lutas internas e, para não criar um debate sem fim e perturbar o ambiente nos encontros, mantinha-me falando amenidades.

Uma voz interna insistia em me dizer que eu estava exagerando, que a pessoa queria a minha amizade; depois de algum tempo observando-me (bastante tempo, aliás), comecei a registrar esses apontamentos e tomei a decisão de mudar minha conduta na presença desse familiar. O espaço mental que aquele incômodo ocupava poderia ser utilizado de maneira criativa e produtiva em prol da minha vida.

No dia do seu aniversário, ofereci um livro de presente, fiz uma dedicatória, e, na hora da entrega, vi sua simpatia pelo gesto — momento em que me senti mais forte, maior do que o pensamento de implicância. Naquele instante, percebi que, frente a um propósito de bem, sempre se levantarão pensamentos contrários, e que a luta faz parte da vida. O ser humano sempre vai ter de lutar para criar a vida que deseja viver.

Empreendi algumas outras ações com paciência, gentileza e simpatia. Senti-me tão bem e vivenciei uma sensação de leveza e liberdade interna com essa experiencia.

Considero o meu sentir como aquele primeiro gancho do alpinista. Essa é a imagem que faço hoje da minha sensibilidade — aquela voz interna que sinaliza que podemos ir por outro caminho.

Essa voz é um ponto de apoio importante na hora de tomar as decisões mais delicadas e que envolvem emoções fortes.

No livro Deficiências e Propensões do Ser Humano, de Carlos Bernardo González Pecotche, há uma indicação que considero valiosa: “É necessário ir anotando o grau de prejuízo da deficiência e deixar de alimentar o apetite psíquico que ela tem”.

Efetivamente, enquanto não tomei consciência do prejuízo, tive que conviver como se tivesse um cabo de guerra interno: de um lado o meu anelo de mudar a situação e, do outro, os pensamentos contrários.

E vocês, já confiam na própria voz interna? Parece que essa voz defende-nos das oscilações da mente.

Para a Logosofia, a sensibilidade atua como um radar psicológico. Sinto que a sensibilidade humana é de um manancial tremendo de conhecimentos que nos podem tornar seres humanos mais felizes! Quando a gente consegue conectar a sensibilidade com a inteligência, acho que a sensação equipara-se a dar partida em uma Ferrari e, de fato, atingir altas velocidades com segurança.

Rosemary Souza Moreira

Docente e Investigador da ciência logosófica

Fundação Logosófica em Prol da Superação Humana

www.logosofia.org.brrj-tresrios@logosofia.org.br

(24) 98842 1575

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