Você já se perguntou sobre o que é, de fato, a vida em seu aspecto individual, do ponto de vista da sua própria existência, e em seu aspecto universal? Afinal, devemos concordar que a Vida se estende desde o âmbito interno de nossa própria existência até tudo que contém a Criação, como expressão viva de uma inteligência superior.
Começando pela primeira, que vida será que pode haver dentro de cada um de nós, expressa pela atividade dos pensamentos, sentimentos, emoções e tudo que nos “povoa” psicologicamente? Será que conhecemos essa vida tanto quanto a externa, que nos rodeia no dia a dia, muitas vezes sem qualquer significado transcendente para nossa existência?
E, se estendemos o olhar além de sua manifestação material, encontramos tudo que, externamente a nós, integra a vida em sua expressão universal.
Que valor, então, pode conter a Vida, tanto do ponto de vista individual e interno, quanto na interação desta com a vida que pulsa em toda a Criação?
Esses e muitos outros aspectos poderão estimular suas reflexões ao ler o artigo de González Pecotche, “Concepção da Vida”.
“A verdadeira vida é a que a Logosofia ensina a viver. Conta essa vida com dois campos ou zonas perfeitamente definidas: a interna, onde o espírito absorve o conhecimento de si mesmo (elixir da felicidade), e a externa, onde o ser prova a consistência das excelências logosóficas na prática diária.
Mas, antes de alcançar a consciência dessa realidade, deve-se experimentar, mediante o processo de evolução consciente, uma série de mudanças psicológicas e conceituais que determinem, positivamente, a vinculação com a vida superior. A amplitude de objetivos e oportunidades que tal processo abre à vida, permite que esta frutifique em ideias e pensamentos da mais bela qualidade. É um dever não interrompê-lo, para não diminuir, assim, as possibilidades nem os alcances da inteligência.
Conhecer a realidade do mundo interno, com seus imponderáveis elementos, que configuram a psicologia individual, é fazer com que essa realidade pertença ao domínio da própria vontade. Tal domínio abarca o conhecimento real dos pensamentos que atuam na mente. Atraindo e escolhendo os melhores, pode o logósofo servir-se deles para promover a completa realização de seus anelos e aspirações e, inclusive, alcançar os grandes objetivos que tenha proposto para si mesmo na vida.
O conhecimento das reações do temperamento, da suscetibilidade, e ainda o da zona em constante rebeldia do próprio ser autoritário, com sua impulsividade impressa nas palavras e nas ações, ajuda a resguardar a vida de toda eventualidade imprevista e desafortunada. As energias que alimentam tais reações, aproveitadas em virtude do processo de evolução consciente, passam a impulsionar as atividades da inteligência para fins de alta utilidade prática, como o são aqueles que concernem ao aperfeiçoamento dos três sistemas: mental, sensível e instintivo
A vida externa, a que se projeta para fora de nós mesmos nas relações com nossos semelhantes e nos contatos com fatos e coisas, deve refletir, se não toda, uma parte ponderável de nossa vida interior.
Organizada essa vida interior e cuidadosamente limpo todos os seus rincões, que brilharão como espelhos, ter-se-á alcançado um novo e melhor conceito de si mesmo, e já não se incorrerá na superestimação dos próprios valores, por já fazer parte do haver individual o que antes só se possuía em aparência.
À medida que os conhecimentos logosóficos vão iluminando os âmbitos escuros do entendimento, o discípulo experimenta as emoções mais felizes. Como não experimentá-las, se está conhecendo seu pequeno mundo? Um mundo que, embora pequeno, não deixa de ser tão maravilhoso como tudo o que foi criado para o bem do homem e exaltação consciente de seu espírito”.
Assim poderá chegar às suas próprias conclusões sobre qual conceito de vida podemos alcançar para nos tornarmos gradualmente mais donos dela. Bom proveito!
Sheyla Soares
Docente e Investigador da Ciência Logosófica
Fundação Logosófica em Prol da Superação Humana
www.logosofia.org.br — rj-tresrios@logosofia.org.br
(24) 98842 1575
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