Adílio brilhou no América de Três Rios no fim da carreira

Ex-jogador faleceu nesta segunda-feira, vítima de um câncer



O futebol brasileiro amanheceu de luto nesta segunda-feira (5) com a notícia da morte de Adílio, ídolo do Flamengo e um dos maiores jogadores da história do clube. O ex-meia, que faleceu aos 68 anos vítima de um câncer, colecionou títulos e momentos marcantes na carreira, além de uma ligação um tanto quanto desconhecida com a cidade de Três Rios.



   

Poucos sabem, mas o craque que conquistou títulos como a Libertadores e o Mundial de Clubes de 1981 pelo Flamengo, também vestiu a camisa do América de Três Rios no Campeonato Carioca de 1992. Na época, o clube trirriense vivia um momento de ascensão, tendo subido da terceira para a primeira divisão em apenas dois anos.

O América iniciou suas atividades profissionais em 1987 e, rapidamente, passou a ser uma equipe conhecida no cenário estadual, chegando a bater de frente com os quatro grandes cariocas. O Alvirrubro foi campeão da série C, em 1988, da série B, em 1989, e no ano seguinte já figurava na elite do Rio de Janeiro.

No ano da sua estreia na primeira divisão, um honroso 5º lugar na Taça Rio salvou o time do rebaixamento, após uma péssima Taça Guanabara. Já consolidado, em 1991, também fez bonito com o 7º lugar na elite.

Foto da equipe em 1991, ainda sem Adílio
 

Mas o auge veio em 92, com a chegada de um experiente camisa 8. Já em final de carreira e vindo de uma passagem pelo Alianza Lima, do Peru, Adílio retornava ao Rio de Janeiro com uma missão ousada: ter que enfrentar o time do coração, o Flamengo, e manter o América por mais um ano entre os principais do Carioca.

Como era esperado, o confronto com o Rubro-Negro foi marcado por muita nostalgia. Com direito a um Entrerriense lotado, a partida teve cobertura da imprensa carioca e até uma matéria da extinta TV Manchete.

Mesmo jogando contra estrelas como Júnior, Gaúcho e Paulo Nunes, base do time que foi campeão nacional meses depois, o América não decepcionou: com gols do sapucaiense Leonardo, conseguiu um heroico empate por 2 a 2. “E o coração rubro-negro, como fica?”, perguntou o repórter a Adílio na saída do campo. “Bateu forte a todo momento e só parou depois que terminou o jogo”, declarou sorridente o meio-campista.

Adílio em entrevista na saída de campo, após a partida contra o Flamengo, no estádio Odair Gama


Naquela campanha, que acabou com um 8º lugar geral, a Taça Guanabara foi modesta para o América, que terminou em 8º. Já na Taça Rio, a melhor marca, com a 4ª posição, somando 15 pontos – foram 5 vitórias e 17 gols pró. Na época, todos os clubes ficavam no mesmo grupo, e jogavam entre si em pontos corridos. A final geral era decidida entre os dois campeões (como o Vasco venceu ambos os turnos, foi campeão direto).

Apesar do sucesso em campo, o América de Três Rios enfrentou dificuldades financeiras e acabou rebaixado em 1993, ano em que enfrentou o outro time da cidade na elite, o Entrerriense, pela primeira e única vez na história.

O velório de Adílio será realizado no salão nobre da sede do Flamengo, na Gávea. O local do sepultamento ainda não foi divulgado. Nas redes sociais, o rubro-negro emitiu uma nota lamentando o falecimento do ídolo. “Hoje, nos despedimos do nosso Camisa 8, mas para nossa sorte, assim como o traçado do número eternizado, Adílio é infinito", diz parte do comunicado.



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