O Dia do Migrante da Igreja Católica foi determinado em 1969 pelo Papa Paulo VI, com orientação para que cada Conferência Episcopal de cada país escolhesse a data a ser celebrada. Aqui no Brasil, em abril de 1979, por determinação da 17ª Assembleia Geral da CNBB, decide-se celebrar o Dia do Migrante em 25 de junho (se cair no domingo) ou, caso contrário, no domingo imediatamente anterior.Em 1981, no dia 21 de junho, acontece pela primeira vez o “Dia do Migrante” com o lema “Por que somos obrigados a sair da nossa terra?”, (promovido pelo CEM\SP – Centro de Estudos Migratórios). A primeira “Semana do Migrante” ocorrera 5 anos depois, de 23 a 29 de junho de 1986 (CEM,SPM,CPM), tendo como lema: “Tomareis posse da terra e nela habitareis” (Num.33,53a).
A Semana do Migrante é uma ação da Igreja no Brasil promovida pelo Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), vinculado à Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Neste ano, é realizada, nesta semana de 16 a 23 de junho, e tem como tema “Migração e Casa Comum” e o lema “Amplia o espaço da tua Tenda” (Is 54,2).
Celebrar a Semana do Migrante é, para nós, um grande momento de tomada de consciência, como Igreja e como sociedade, frente à uma realidade que provoca migração forçada e não promove a acolhida digna.“Ao mesmo tempo nos convida a alargar o nosso coração para uma acolhida afetiva e efetiva, como família de Deus que busca e promove a “amizade social”, para romper as barreiras que impede a solidariedade, a promoção e a integração de todos os irmãos e irmãs que buscam um novo ou uma nova pátria”.
Abertura desta39ª Semana do Migrante se deu no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo, com uma missa presidida no domingo, 16, por Dom João Aparecido Bergamasco, Bispo de Primavera do Leste-Paranatinga (MT) e presidente do Serviço Pastoral do Migrante. Ao redor do Altar Central, também se encontravam padres, irmãs e missionários scalabrinianos, que fazem um trabalho caridoso aos migrantes.
Para Dom João Aparecido, essa Semana traz aos católicos uma missão especial, onde somos chamados a refletir que todos possuem o direito de procurar e buscar onde morar, onde pode ser a nossa pátria, a nossa terra.“É um direito que nós temos, mas muitas vezes a migração acontece por situações adversas a nossa vontade, a busca de uma vida melhor, a falta de trabalho, as guerras, as políticas públicas que não chegam até nós e tenhamos que buscar um novo lugar pra viver com dignidade”.
Ao final da homilia, Dom João Aparecido agradeceu o trabalho dos missionários scalabrinianos, da Pastoral do Migrante e da Cáritas Brasileira na missão de dar uma vida digna aos migrantes que chegam nas comunidades.“Que esses locais de acolhimento sejam como esse pé de mostarda que estende os seus braços, que se alargam para acolher a todos na certeza de que todos somos irmãos e irmãos, filhos e filhas do mesmo Pai”.
Estamos, pois, diante, não de uma mera provocação, mas de uma convocação pastoral urgente para assumirmos o desafio do alto índice de migrantes em nossa cidade e região. Quantos deixaram suas terras e migrando para as grandes cidades do sul e sudeste acabaram se estabelecendo em nossa terra, por falta de condições de prosseguir ao destino que escolheram. Muitos conseguiram “trabalhos humildes” domésticos, rurais e urbanos. Muitos ainda desempregados ou subempregados. E o mais triste: o grande numero de pessoas em situação de prostituição.
A Pastoral da Mulher Marginalizada acaba de fazer uma parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade Suprema para o cuidado da saúde e promoção da dignidade humana. Isso enquanto o Clube de Mães persiste no resgate e integração das mulheres através de seus cursos de corte e costura e outros. Muitas, muitas mesmas já vivem com trabalho digno. Igualmente as Conferencias Vicentinas assistem com a cesta básica mensal a quase 800 famílias de desempregados.
Os migrantes são nossos irmãos e irmãs!
Medoro, irmão menor-padre pecador.
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