Jovem trirriense é aprovado em teste para atuar em equipe de base do Catar

Antonio Pedro Borsato atua como lateral esquerdo e embarca para o país no próximo dia 16

Antonio Pedro Borsato. Foto: Divulgação/ Arquivo Pessoal


Ser um jogador de futebol profissional é o sonho de grande parte dos jovens brasileiros. Treinar, se preparar, ser aprovado e finalmente alcançar o tão sonhado objetivo, no entanto, acaba sendo uma realização destinada a poucos, vista a tão acirrada disputa pelas restritas vagas nos clubes. 

Diante dessa concorrência, alguns atletas têm optado por começar suas carreiras em centros periféricos, mas que possuem, cada vez mais, profissionais e estruturas de alta qualidade — que os permitem um melhor desenvolvimento.

 
Esse é o caso do jovem trirriense Antonio Pedro Borsato. Com apenas 17 anos, ele se prepara para embarcar para o Catar no próximo dia 16, onde vai se apresentar à categoria de base do Al-Waab, equipe que disputa a segunda divisão do país. 

“É uma oportunidade que eu queria há muito tempo e ela não poderia ter vindo em um momento melhor. Desde a última Copa, o mundo do futebol tem dado cada vez mais atenção aos países árabes e tenho certeza que começar lá será uma boa porta de entrada”, disse o jogador.
Al-Waab  disputa a segunda divisão do Catar e serve como uma porta de entrada de jovens atletas para equipes maiores do país. Foto: Google


Lateral esquerdo, Antonio realizou o processo de ‘tryout’ para ingressar no novo clube em setembro, na capital Doha. Ele disputou vagas com atletas americanos, europeus e africanos, mas, no fim, acabou sendo um dos selecionados. 

Um dos fatores que o ajudaram na aprovação foi a já convivência com pessoas do país, já que seus pais são moradores da região. A mãe, Rafaela Borsato, trabalha como personal trainner, e o pai, Wagner Nunes, é oficial do exército catariano.

Mesmo com a facilidade de ingressar no país — ele tem visto de residente desde 2017 e morou lá até 2021, desde os 10 anos de idade — o caminho de Antonio parecia o levar a carreira acadêmica, até que a oportunidade de jogar no Catar surgiu. 

Isso porque, até o início do ano passado, o país possuía uma lei que não permitia que estrangeiros fossem inscritos na liga de futebol para jogos oficiais. Com a nova regulação, as portas dos sonhos se abriram para o trirriense.

“Eu nunca quis que o Antonio jogasse justamente por isso. Ele tem amigos que ficaram lá por anos apenas treinando, e acreditávamos que a lei não mudaria. Ele concluiu o Ensino Médio no Brasil e passou para medicina em Três Rios. Estava decidido a ingressar na área, até que a oportunidade surgiu. Foi uma surpresa para todos nós, mas uma grande alegria também”, conta a mãe Rafaela.
Antonio durante o período de teste no Catar. Foto: Divulgação/ Arquivo Pessoal


No Al-Waab, Antonio foi avaliado pelos treinadores Elinton Andrade e Felipe Veras, ex-jogadores profissionais. Eles buscavam novos talentos que residissem no país e acabaram vendo  potencial no trirriense. 

“Antonio mostrou ter um diferencial técnico em relação aos atletas árabes. Agora, é prepará-lo com a nossa metodologia, que é voltada a alta performance , para que no futuro próximo, obedecendo todos os pré-requisitos, ele venha a ter uma oportunidade nas grandes equipes do Catar”, ressaltou o treinador Felipe Veras.

Já adaptado ao país, Antonio tem como uma das principais inspirações um jogador do Catar, o português Pedro Miguel. O atleta é naturalizado e atuou na seleção catariana que disputou a última Copa do Mundo.

Antonio tem como principal inspiração no esporte o português naturalizado catariano Pedro Miguel, que atua pela seleção árabe. Antonio Pedro Borsato. Foto: Divulgação/ Arquivo Pessoal

 
No Brasil, o trirriense começou no esporte na escolinha do Herivelto, uma das principais equipes de base da região. 

“Jogo futebol desde os meus 4 anos, sempre com o Herivelto. Ele me encorajou e me incentivou a seguir jogando. Espero continuar e dar orgulho a todos que sempre me apoiaram”, finalizou Antonio.

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