Um pequeno crucifixo

Neste mês de julho comemoramos, no dia 26, o Dia dos Avós. A Igreja católica celebra, nesse mesmo dia, os avós de Nossa Senhora: São Joaquim e Santa Ana – ou Sant’Ana, como a piedade popular costuma chamá-La. Eles são modelos de vida conjugal e familiar.

Não tive a grande alegria de conhecer nenhum dos meus avós. Mas Deus me proporcionou uma bênção maior: de ser avós de três netas lindas, carinhosas e amigas muito queridas: Izabella, Bianca e Manuela. Alegram minha vida!

Dias atrás recebi, de minha sobrinha Raquel, que mora em Niterói/RJ, vários escritos. Ela escreve com o coração.

Aliás, tudo o que ela faz, é com o coração. Numa das folhas, o texto era sobre sua avó, Antonieta. Neste espaço generoso, que o jornal me concede, tomo a liberdade e transcrevo o que ela escreveu sob o título : O pequeno crucifixo pendurado na parede do quarto de minha avó.

“Desde que me entendo por gente, tenho admiração por crucifixos. Sempre achei muito significativo e mexe comigo, de uma tal forma que nem eu mesma sei como descrever tal identificação e respeito. Na casa de minha avó tinha um, na parede, por cima das cabeceira de sua cama. Muito religiosa, ali perto ela rezava todos os dias.
 
Cento e um anos ela viveu! Lembro a última noite, o último copo d’água, o último abraço, o último olhar, o último aperto de mão, o último suspiro... A mão de sua filha – minha mãe – ali sem medo, fecha-lhe os olhos na despedida derradeira. Momentos sublimes, marcantes, inesquecíveis. Uma alma, em sua plenitude, na certeza da missão cumprida, sobe aos céus...

As lembranças permanecem, e permanecerão para sempre, na certeza de que a finitude não é um fim – mas o começo de uma vida nova, eterna, na presença e no meio dos anjos e santos.

De Jesus e Nossa Senhora, nossa mãe celeste. Assim é a minha crença, minha fé inabalável em Deus. Assim era ela. Assim sou eu. Assim devemos ser todos nós.

O crucifixo de minha avó, antes na parede de seu quarto, permanece na parede do meu quarto. Tranquiliza-me, traz-me imensa paz e aconchego, quando vou dormir. E é diante dele que eu rezo. E sei que ela reza comigo. Sua luz se acende lá no céu e nos ilumina, nos guia aqui na caminhada.

Te amo, vó, para sempre! Sua bênção, vó! Nos encontraremos, de novo, um dia! Sua neta,

Raquel”

Por Izabel Daud

2 Comentários

  1. Carol Mattar7/7/23 15:50

    Que lindo! Descreve com muita sensibilidade como o amor de Vó e de Vô são importantes para nossa formação!

    ResponderExcluir
  2. Adriana Giannini10/7/23 14:09

    Que lindo Raquel , eu me lembro desse crucifixo na cabeceira da cama de sua vó , que era minha tia Antonieta . Uma pessoa de um coração enorme que todos os anos me recebia junto com minhas filhas ainda pequenas para passar férias aí em Niterói.
    Eu pude presenciar todo o amor e carinho que vcs tinham uma pela outra.
    Hj só resta a saudade e a esperança de nos encontrarmos novamente .

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem