15º Intereclesial de CEBs por uma Igreja que uma fé e vida (I)


Aconteceu, em Rondonópolis MT, entre os dias 18 e 22 de julho, o 15º Encontro Intereclesial de CEBs. Foram cerca de 1.500 representantes de CEBs de todo país. Recolhemos aqui, nesta e na próxima, semana, a partir das publicações do “Brasil de Fato”, do último 23 de julho, informações importantes para a Igreja de todo o Brasil, colhidas de vários participantes. O Intereclesial tratou do tema “CEBs – Igreja em saída na busca da vida plena para todos e todas” e buscou refletir acerca da realidade social e eclesial do Brasil e da América Latina.

As CEBs querem ser o abraço de Deus a todos aqueles e aquelas que não tem voz, afirma Renan Dantas. Isso implica em “Fortalecer a leitura popular da Bíblia e a dimensão sociopolítica da espiritualidade, valorizar a alimentação saudável, a agricultura familiar e a agroecologia, aproximar-se efetivamente das juventudes e ampliar as lutas populares contra a LGBTfobia, o racismo e o machismo”.

“Agora é o momento de descermos do monte e irmos para as nossas bases, para colocarmos em prática aquilo que rezamos, celebramos, refletimos e debatemos”, disse o teólogo e assessor pastoral da Ampliada Nacional das CEBs, Celso Carias, referindo-se ao trecho bíblico da “transfiguração”, no qual Jesus dialoga com Pedro, Tiago e João, mostrando a eles a importância de desenvolver uma atuação pastoral presente no dia a dia das comunidades.

Janderson Marx de Roque Gonzales (RS), que atua como secretário diocesano da Pastoral da Juventude da Diocese de Santo Ângelo, ressaltou a importância de uma verdadeira aproximação entre CEBs e as juventudes que participam da Igreja. “É preciso que as juventudes possam participar efetivamente dos meios de organização das Comunidades Eclesiais de Base e que nossas expressões de espiritualidade tenham espaço no fazer religioso das CEBs”, comentou. As juventudes estiveram representadas no encontro pela Pastoral da Juventude (PJ), Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e Pastoral da Juventude Rural (PJR).

Ana Café Dantas, moradora de Teresina (PI) e integrante da Ampliada Nacional das CEBs, disse que, entre os compromissos assumidos pelos participantes do 15º Intereclesial, dois deles devem ter uma atenção redobrada: o fortalecimento da formação fé e política; e a intensificação dos círculos bíblicos. “Na verdade, os dois estão ligados. É fundamental a gente não separar a atuação social da atuação religiosa. As coisas estão juntas. E quanto mais as pessoas entenderem que nossa prática religiosa tem a ver com nossa presença cidadã em sociedade, melhor. É preciso diferenciar a politicagem da verdadeira política, que é a defesa da vida e do Bem Viver”.

Por tudo que vimos, podemos afirmar a vitalidade das CEBs com Pedro Ribeiro de Oliveira, sociólogo e membro da Coordenação Nacional do Movimento Fé e Política: “CEBs, porém, não acabaram. Elas continuam se deixando conduzir pelo espírito do Concílio, agora renovado por Francisco e seu chamado à sinodalidade. Esse é o espírito que leva muitos setores do laicato a insistir na importância de colocar em prática as diretrizes fundamentais do Vaticano II. (...) “Animadas por leigas e leigos, elas ganharam enorme capilaridade social, sendo capazes de penetrar em espaços sociais não alcançados pelo clero. Contando com o apoio de bispos, padres e congregações religiosas, em pouco tempo, elas se espalharam pelo nosso Continente, inaugurando uma ‘nova forma de ser Igreja’ – como a elas se referiu a CNBB em documento de 1982”.

Medoro, irmão menor-padre pecador

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