Três Rios segue como a maior cidade da região, mostra Censo 2022


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (28) os dados do Censo de 2022.

Na região Centro-Sul Fluminense, Três Rios se mantém como a cidade mais populosa, com 78.346 habitantes, alta de 1,65% na comparação com o Censo de 2010.
 
 
Logo depois, Vassouras, Paraíba do Sul, Paty do Alferes e Paracambi completam as cinco primeiras posições (veja a lista completa no gráfico abaixo). Ao todo, a região conta com 319.999 pessoas.




Já em todo o estado do Rio, os dados indicam que haja 16.054.524 habitantes. Em 12 anos, o aumento foi de 0,40%, o que representa, em números absolutos, mais 64.595 pessoas em relação ao censo anterior, de 2010 (15.989.929).

A capital, no entanto, que no ranking nacional aparece como a segunda cidade mais populosa, perdeu 109.023 habitantes. O município passou de 6.320.446 pessoas em 2010 para 6.211.423 em 2022 — uma redução de 1,7%.


Números abaixo do esperado

Segundo o presidente interino do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo, em entrevista ao portal g1, não era esperado que houvesse uma defasagem tão grande entre a estimativa feita pelo órgão e o número oficial apresentado pelo Censo Demográfico 2022.

"Foi uma contagem feita depois de 12 anos, sem uma contagem no meio da década, e já esperávamos essa defasagem. Não podíamos esperar que fosse tão alta, mas já sabíamos que ia dar uma diferença em relação à população que vinha sendo estimada", afirmou.

Os números oficiais do Censo 2022 apontam que o Brasil alcançou os 203.062.512 de habitantes. O número representa um aumento de 6,45% em relação ao último levantamento, feito em 2010, mas ainda veio bastante abaixo do esperado pelo IBGE.
 
Isso significa que a taxa de crescimento foi de 0,52% ao ano. Trata-se do menor nível já registrado em um recenseamento no Brasil. O primeiro ocorreu 150 anos antes, em 1872. De lá para cá, o país soma 13 operações censitárias.

A série histórica divulgada pelo IBGE mostra que a taxa de crescimento anual já chegou a 2,99% na passagem de 1950 para 1960.

Em 2021, por exemplo, a estimativa do órgão apontava que o país teria ao menos 213 milhões de habitantes.

Em dezembro de 2022, já com dados prévios do levantamento, o instituto revisou a estimativa para 207,7 milhões, ou 4,7 milhões de pessoas acima do cálculo final.

Azeredo indicou que a apuração de alguns indicadores – como níveis de fecundidade, migração e mortalidade – deve ajudar a explicar melhor os motivos dessa defasagem e defendeu que o IBGE faça uma contagem da população na metade da década.


Falta de recenseadores e fake news

O presidente do IBGE atribuiu o atraso na divulgação do Censo à falta de recenseadores e de investimento em propagandas para incentivar que a população respondesse aos questionários, reiterando que a propagação de fake news também atrapalhou a coleta de dados.

“Qualquer fato que crie um assunto diferente sobre o censo vai atrapalhar. O apoio da ministra Simone Tebet para fazer o censo nas favelas foi fundamental", afirmou Azeredo, lembrando que a coleta de dados nas aldeias Yanomami também contou com apoio.

Azeredo contou que a maior concentração de pessoas que não responderam ao Censo esteve nos "bairros com extrato de renda mais alta, onde vivem pessoas mais abastadas".

“Eu prefiro fazer o censo em favela do que fazer na Praia de Ipanema. Na favela, as pessoas têm o discernimento do quanto o censo é importante para elas. É um engano entre as pessoas de renda mais alta, pensar que o censo não importa", completou o executivo.


Como o Censo funciona

A palavra vem do latim census e quer dizer "conjunto dos dados estatísticos dos habitantes de uma cidade, província, estado, nação".

O estudo, realizado a cada dez anos, serve como a mais ampla pesquisa sobre a população brasileira, feita mediante visita ou coleta de informações em todos os domicílios do país.
O levantamento é usado como base para diversas políticas públicas, como distribuição de vacinas, e também como critério para repasses de recursos da União para municípios.

Todos os 5.568 municípios brasileiros, mais dois distritos (Fernando de Noronha e Distrito Federal), num total de 5.570 localidades, receberam visita de recenseadores.

Segundo o IBGE, foram visitados 106,8 milhões de endereços em 8,5 milhões de quilômetros quadrados.

Foram respondidos 79.160.207 questionários, dos quais 88,9% com 26 quesitos e 11,1% com 77 quesitos. No total, 98,88% das entrevistas foram presenciais; o restante foi pela internet ou telefone.full-width

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