Um Fla x Flu com o azul da Portela

Para mim, que joguei muitos Flu X Flas e alguns Fla x Flus, com Gerson, Zico, PC, Félix, Geraldo e Rivelino, eles foram para mim como um católico se aproximando da basílica de N. Sra. Aparecida. Um muçulmano chegando à Meca. Uma criança visitando a Disneylândia. Emocionante e inesquecível.

É um clássico divino e é sagrado. Porque o Fla x Flu tem magia, não tem previsão. Tem charme, fascínio e imprevisibilidade. Você vai assisti-lo como num filme de Agatha Cristie. O fim, nem ela mesmo sabe.

Talvez tenha sido o primeiro que não tenha assistido depois que parei de jogar futebol. Tinha reservado ingresso para rever nossa idola, Marisa Monte, no mesmo horário. E ela não nos poupou. Quando pensei em deixar o show para conferir o placar.

"Não, vá embora

Não me deixe nunca, nunca mais..."

Ela, embora não tenha entrado em campo uma só vez, nem saber da minha história em meio a 5 mil admiradores, na Expominas, nos lembrou da nossa aposentadoria, das contusões...

"Bem que se quis

Depois de tudo ainda ser feliz

Mas não há caminhos pra voltar"

Realmente. Marisa, com o Dadi "A Cor do Som" ao lado, Pretinho da Serrinha no cavaco, com o azul da Portela ao fundo com as maravilhas do mar, misterioso mar...

"Hoje contei para as paredes

Coisas do meu coração

Parei no tempo

Caminhei nas horas..."

Foi uma noite de gala, de luz, de uma Marisa digna de um Fla x Flu.

"Ainda bem que agora encontrei vocês

Eu realmente não sei

O que fiz pra merecer vocês."

Amores, no campos e nos palcos, serão sempre inesquecíveis. Serão...

"Amor I Love you!"

Por José Roberto Padilha

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