Quem São As Crianças? (1)

Uma pergunta que inquieta e traz em si muitas reflexões — pensar sobre o que significa ser criança é ter a possibilidade de entender a infância e o porquê de todos nós passarmos por esta fase na vida.

A partir disso, conhecer o que é preciso realizar para que a criança tenha seus direitos garantidos e possa desenvolver-se em um ambiente adequado e saudável.

A Ciência Logosófica apresenta o ser humano como um ser dotado de duas naturezas, uma física e outra espiritual.

Ao nascermos, já manifestamos aspectos da vida física, em todo o seu potencial biológico e psicológico, como também da vida espiritual, através da herança individual de cada ser.

A nossa parte psicológica é formada por três sistemas (instintivo, mental e sensível) que vão sendo desenvolvidos durante a vida.

Contudo, vale ressaltar que a criança na primeira infância age movida por dois impulsos — o instintivo e o sensível — que alternam entre si, já que são poucas as faculdades mentais em funcionamento (observação, imaginação e memória); as demais vão sendo ativadas mediante os conhecimentos que serão assimilados ao longo da vida.

Neste ponto, a educação cumpre o papel fundamental de oferecer à criança os melhores elementos que a levem a começar a entender o mundo e a querer participar dele.

Desta forma, a infância precisa ser uma fase da vida em que a criança sinta confiança em estar no mundo; por isto é muito importante protegermos sua mente de imagens violentas, como de coisas que ela ainda não é capaz de compreender.

Este é um dos recursos que a Logosofia apresenta no cuidado da primeira infância, no olhar atento a tudo o que a criança esteja observando, sejam filmes, desenhos e até cenas cotidianas, a fim de evitar que momentos ruins fiquem gravados na sua tela mental.

Em contrapartida, oferecemos à criança os melhores estímulos para a vida: os naturais, fundamentados em elementos reais, verdadeiros, que a criança possa comprovar em suas experiências e a façam viver também com alegria, ativamente e entendendo que, dentro de sua mente, habitam pensamentos que ela deve conhecer para saber selecionar os que são úteis à sua vida.

Para educar um ser, a Pedagogia Logosófica ensina, como algo imprescindível ao docente, realizar um autoconhecimento que o leve a se conhecer com profundidade, para estar atento a tudo o que acontece dentro de si e que, ao ensinar, seja exemplo, uma vez que a criança aprende imitando.

E, então, ainda que no exercício de educar cometa erros, o simples fato de mostrar à criança como lidar com eles, é, em si só, um recurso valioso para a vida, uma vez que, ao identificar-se o erro podemos superá-lo.

Assim, tudo é motivo de reflexão docente, que implica nutrir-se dos melhores elementos para explicar à criança o motivo de cada coisa.

Com isso, pode-se ensinar às crianças a pensar e, à medida que crescem, ir adquirindo mais consciência destes movimentos mentais e também sensíveis, sabendo compreender porque ficou triste ou contrariada e a mudar esses estados internos.

São conhecimentos poderosos que, ao serem assimilados, tornam-se um conteúdo da vida que dão ao ser a prerrogativa de desfrutar de uma verdadeira liberdade, pois que já deixa de ser refém dos pensamentos, uma vez sabendo que nem sempre aquilo que está realizando é fruto do seu querer, vindo, às vezes, de algum movimento externo, ou de outras pessoas, ou do ambiente; saber disso faz com que a criança, já maior, entrando na adolescência, possa ir se protegendo. (continua)

Paula Lannes, assessora educacional do Colégio Logosófico em Rio de Janeiro, cidade onde nasceu. É formada em direito e pedagogia pela PUC-Rio e mestre em educação. Estuda e é docente de Logosofia no Rio de Janeiro desde 2006

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