Pedagogia Logosófica – A Árvore Quebrada

Tudo começou quando a professora estava no pátio com seus alunos de 5 anos e um grupo de crianças a procurou para contar que tinham quebrado um grande galho da árvore ali existente. Como a professora poderia atuar de forma consciente?

A partir dos relatos, ela visualizou a cena: as crianças estavam sacudindo a árvore para que caíssem frutinhas, e, em determinado momento, um galho cedeu.

A professora fez algumas reflexões com os alunos. Em primeiro lugar, descartaram a ideia de que a culpa era do último que havia sacudido a árvore, recordando uma imagem analógica trabalhada por ela dias antes: a do copo d'água, pois eles haviam aprendido que não é a última gota que faz o copo derramar.

Todos, algum dia, já haviam balançado aquela árvore ou tentado subir nela. Assim, ela foi enfraquecendo aos poucos.

A professora também deixou claro que sabia que eles não tinham o objetivo de derrubar a árvore. Um deles disse: – Acho que fizemos algo que não devíamos... Estamos com um problema.

Eles mesmos estavam impressionados com o fato de terem quebrado um galho tão grande.

A professora disse que eles tinham mesmo um problema e que teriam que encontrar uma forma de resolvê-lo. Os alunos começaram a lançar ideias levantando algumas hipóteses de como poderiam solucioná-lo, em conjunto decidiram que tentariam replantar a árvore e fazer mudinhas dela. Encerraram a conversa com alguns combinados e a perspectiva de ainda voltarem ao assunto para conversar sobre como não repetir o erro e como ajudar outras crianças a não errarem.

Mas, a experiência estava longe de terminar...

Passados alguns dias, estavam no pátio novamente, e, de longe, a professora observou que as crianças estavam brincando perto da árvore.

Catavam frutinhas no chão. Não demorou para que alguns alunos começassem a sacudi-la. E, de novo, quebraram mais um galho da árvore.

Em uma roda de conversa as crianças foram auxiliadas a identificar as causas que as haviam levado a cometer e repetir o erro. Registraram a questão e, ainda mesmo sem saber como, dispuseram-se espontaneamente a pensar sobre como resolvê-la

Aprender com o erro é fazer bom uso da inteligência, condição fundamental para a evolução.

A turma estava com dois projetos em andamento: Planeta Terra, Dinossauros e Homem das Cavernas e Tudo muda, tudo evolui.

No mundo mental interno são construídas as bases da verdadeira liberdade e da felicidade. Com a orientação da educadora ambiental, os alunos partiram para a ação, replantando os galhos quebrados e cuidando para que voltassem a brotar.

A professora atuou com firmeza com as crianças, destacando que seria importante conversarem a respeito.

Recordando os estudos realizados, perguntou à turma o que teria acontecido se o homem das cavernas, quando cometesse um erro, continuasse insistindo nele.

Será que ele teria evoluído? Mostrou que aprender com o erro é fazer bom uso da inteligência, condição fundamental para a evolução. Ressaltou que a repetição do mesmo erro teve como consequência mais um galho da árvore quebrado.

Disse, ainda, que havia percebido que a turma não estava sabendo respeitar a Natureza. Anunciou, então, que não poderiam mais permanecer naquele local enquanto ela não percebesse que eles poderiam ficar perto das plantas sem destruí-las.

Por esta razão, usariam somente os outros pátios da Escola. As crianças sentiram a gravidade do que havia acontecido.

No dia seguinte, a professora reuniu os alunos em uma roda para conversar com eles sobre o que tinha acontecido.

Ela perguntou: – Por que erramos? E completou com: – E o que nos faz repetir o erro? Imediatamente, as crianças responderam: – Pensamentos.

Coluna Logosofia  
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