“Busão do Samba” sai do Cantagalo em comemoração à data que celebra o ritmo genuinamente brasileiro

Busão do Samba em 2018. Foto: Mariah de Almeida.

Amanhã, 2 de dezembro, é o dia dedicado ao samba, gênero musical genuinamente brasileiro que resiste há décadas e é muito apreciado, não só no Brasil, como em outros países.

Envolvida em controvérsias, a data comemorativa teria inicialmente sido criada em terras baianas, quando o vereador Luís Monteiro da Costa, teve a iniciativa de homenagear Ary Barroso (7/11/1903-9/2/1964), que havia composto a canção "Na Baixa do Sapateiro", que fala da Bahia, embora até aquele momento, o consagrado compositor mineiro ainda não estivesse visitado a capital daquele estado.


Em 2 de dezembro de 1960, Ary foi a Salvador pela primeira vez e a data ficou marcada para sempre no calendário baiano e com o passar dos anos comemorada em outros estados brasileiros.

Porém, alguns registros indicam que, um pouco antes, o deputado estadual Anésio Frota Aguiar, em 19 de novembro de 1962, teria apresentado um projeto de lei à Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara, propondo que no dia 2 de dezembro fosse instituído o Dia do Samba.

Dirceu Duarte no Busão do Samba de 2019. Foto: Arquivo.
 
Alguns registros históricos relatam, ainda, que a escolha de tal data, de acordo com o projeto, teria sido uma sugestão do então presidente da Associação Brasileira das Escolas de Samba, Servan Heitor de Carvalho, sob argumento de que naquela data “começavam, por determinação legal, os ensaios das referidas escolas, visando o carnaval do ano seguinte”.

Alguns dias depois, de 28 de novembro a 2 de dezembro, foi celebrado no Rio de Janeiro o I Congresso Nacional do Samba, que foi encerrado com a Carta do Samba.

O documento, redigido pelo etnólogo, folclorista e historiador Edison Carneiro, mencionava em sua sexta página a sanção do projeto de lei de Frota Aguiar que oficializaria a data magna do samba no dia 2 de dezembro.

O projeto de lei, porém, teve o veto do então governador da Guanabara Carlos Lacerda e só se tornou lei em 7 de agosto de 1964, com a derrubada do veto pelos deputados guanabarenses.

Sendo a partir desse acontecimento, que o vereador soteropolitado, teria tido conhecimento do fato e sugerido a data aos membros do legislativo da capital Salvador.

Em Três Rios, a terceira edição da comemoração retorna esse ano e será no sábado (3), a partir do meio-dia.

O “Busão do Samba” inicia o itinerário com saída em frente ao bar temático Benguelê, no Cantagalo, percorrendo algumas ruas da cidade e de bairros importantes para o gênero musical na cidade, com uma animada roda de samba.

A inspiração, segundo o proprietário do Benguelê, Dirceu Duarte, ex-presidente da escola de samba Bambas do Ritmo, veio do Trem do Samba, que na capital fluminense sai da estação Central do Brasil, no Centro, em direção ao bairro de Oswaldo Cruz, na Zona Norte.

A comemoração pela data dentro de um ônibus terá muita animação e ainda uma ação social: a campanha do leite.

Quem quiser colaborar, pode levar o produto em caixa longa vida, em qualquer quantidade, em prol da Casa Luz do Amanhecer, de Três Rios, que cuida de crianças portadoras de necessidades especiais.

Além do Benguelê, as doações podem ser entregues no Bar do Darcy, na Várzea do Otorino, próximo à entrada de acesso ao bairro Caixa D´Água, ou no Bar da Deumar, no Centro, no final da Rua 15 de novembro.full-width

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