A falta que o drible nos faz

Não inventamos o futebol. O drible, a finta, a bicicleta, o elástico, o da vaca e usando a perna do adversário, me desculpem os ingleses, fomos nós.

Essa geração de treinadores gaúchos, Dunga, Felipão e Tite, de uma escola de resultados, nada ousados, pois limitados todos foram atuando, praticamente aboliu o drible na seleção brasileira.

De Marcelo a Daniel Alves, que driblavam e apoiavam, levamos Danilo e Militão que não sabem driblar ou ultrapassar. E deixamos no Brasil Guilherme Arana, de um lado, Rodinei e Marcos Rocha do outro.

Garrincha, o maior dos nossos dribladores, deve estar se contorcendo em seu descanso eterno. Saiu o ranking das equipes que mais driblaram na primeira fase da Copa do Mundo: o Brasil foi apenas o décimo, média de 6,4 dribles por partida.

Média que nosso gênio das pernas tortas realizava a cada dez minutos. Desde que chegou ao Botafogo.

No primeiro treino, na primeira bola que pegou colocou-a entre as pernas do mais famoso jogador da casa e da seleção: Nilton Santos.

Além de zoado, ouviu um conselho: "Vai deixar, capitão?"

Nilton Santos respondeu: "Não vou deixar. Vou pedir a diretoria para contratar. Melhor ter esse cara do nosso lado do que jogar contra!".

E fomos felizes para sempre, ganhamos cinco mundiais, até que os retranqueiros gaúchos chegaram.

Toca, pega, bah!, guri, marca, aperta, tchê!, barbaridade!

Por José Roberto Padilha

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