Advento no 3º Ano Vocacional da Igreja do Brasil

Iniciamos com a Igreja do mundo inteiro o Tempo do Advento, especialmente enriquecido com a celebração do terceiro Ano Vocacional da Igreja no Brasil; iniciativa que comemora os 40 anos do primeiro ano temático dedicado à reflexão, oração e promoção das vocações no país.

Inspirado no Documento Final do Sínodo dos Bispos sobre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” o tema do Ano Vocacional 2023 é “Vocação: Graça e Missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33).

O primeiro Ano Vocacional do Brasil ocorreu em 1983, com o tema “Vem e segue-me”, e permitiu ampliar o conhecimento de que toda a comunidade cristã é responsável pela animação, cultivo e formação das vocações.

Já o segundo, em 2003, tratou da temática “Batismo, fonte de todas as vocações”, e ajudou a promover um novo despertar vocacional e a conscientizar para a vocação e missão batismal na comunidade eclesial e na sociedade.

Agora, a meta é, conforme o tema e o lema acima descritos, promover “a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade, para que sejam ambientes favoráveis ao despertar de todas as vocações, como graça e missão, a serviço do Reino de Deus”.

O tema “Vocação: Graça e Missão” se fundamenta na afirmação de que “a vocação aparece realmente como um dom de graça e de aliança, como o mais belo e precioso segredo de nossa liberdade”, conforme o Documento Final do Sínodo, nº 78.

Já o texto bíblico iluminador “Jesus chamou e enviou os que ele mesmo quis (cf. Mc 3, 13-19)” ajuda a aprofundar que a origem, o centro e a meta de toda a vocação e missão é a pessoa de Jesus Cristo:

“Encarar o desafio de uma espiritualidade para o Ano Vocacional: “vocação” é iniciativa de Deus, é mistério, é graça, é experiência de encontro com Jesus, é fascínio e alegria, é assombro, é sensibilidade ao apelo, é inconformidade, é resposta pessoal, é envolvimento comunitário, é missão, é tarefa, é serviço, é disposição para o sacrifício, é entrega da vida, é coragem e determinação, é esperança e convicção firme, é testemunho de fé: é “espiritualidade” como a que moveu o próprio Jesus e marcou sua personalidade, imprimindo-lhe caráter e identidade”.

O lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33) fala do coração e dos pés. Recorda os discípulos de Emaús.

O coração que arde ao escutar a Palavra do Ressuscitado e os pés que se colocam a caminho para anunciar o encontro com o Cristo.

“Desejamos que o Ano Vocacional ajude cada pessoa a acolher o chamado de Jesus como graça, seja uma oportunidade para que mais e mais corações ardam e que os pés se ponham a caminho, em saída missionária”, finalizou a Comissão.

E, como já dissemos, iniciamos esse Ano Vocacional com o Advento, com seus momentos ricos de reflexão e fundamentação bíblica nas comunidades.

Nessa perspectiva, Dom Paulo Mendes Peixoto, Arcebispo de Uberaba, nos fala de “Uma vinda enxertada de esperança, para construir um mundo sempre com novidades, de concórdia, harmonia e paz. É como o vento que sopra e acende o fogo da vida de Deus no coração das pessoas. No clima das celebrações de Advento, a profecia de Isaías é provocativa para as nossas realidades hodiernas. Isaias fala de fundir espadas e transformá-las em bicos de arado, fundir também lanças para fazer foices a serem usadas no trabalho, e nenhuma nação deverá pegar em armas para lutar contra a outra. E complementa dizendo da importância de caminhar na luz do Senhor (cf. Is 2,4-5)”.

Aquele que se prepara autenticamente bem para celebrar as Festas Cristãs de Natal é capaz de realizar gestos de comportamento ético-moral e transformar sua própria vida em ações concretas de retidão e de justiça. É deixar-se envolver pelo revestimento de Cristo numa vida pautada pela Palavra de Deus. Assim, Natal é tempo de renovação interior e compromisso com o relacionamento social. As atitudes de divisão e inimizade são desaparelhadas totalmente em relação ao espírito natalino.

Natal é presença de Jesus Cristo, constituído verdadeira fonte de unidade e fraternidade entre as pessoas que O acolhem.

N’Ele os caminhos mudam, intrigas, guerras, hostilidades e desarmonias se desfazem. Assim deve ser o comportamento provocado pelo Advento.

Medoro, irmão menor-padre pecador

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