Igreja sinodal, presente e atuante na história

Encerrou no último domingo, 16 de outubro de 2022, a 10ª Assembleia Nacional dos Organismos do Povo de Deus (ANOPD).

O objetivo da ANOPD é fortalecer a unidade eclesial na diversidade de carismas e vocações, em clima de fraternidade e de alegria diante da missão comum a todos.

Nesse contexto, além do estudo e aprofundamento de temas, a Assembleia se pronunciou sobre importantes fatos da conjuntura do momento e, ao término dos trabalhos, os seus 180 delegados/as divulgaram a pertinente e relevante


Mensagem ao Povo de Deus

“Desde o Concílio Vaticano II até a atual Assembleia, temos experimentado de forma cada vez mais intensa a necessidade e a beleza de ‘caminhar juntos’” (Papa Francisco, 17/10/2015).

Reunidos para a 10ª Assembleia Nacional dos Organismos do Povo de Deus (ANOPD), na Casa de Encontros Dom Luciano Mendes de Almeida, em Brasília/DF, de 14 a 16 de outubro de 2022, nós, Organismos do Povo de Deus da Igreja Católica Apostólica Romana - Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), Conferência Nacional dos Institutos Seculares do Brasil (CNISB), Conferência dos Religiosos e Religiosas do Brasil (CRB), Comissão Nacional dos Diáconos (CND), Comissão Nacional de Presbíteros (CNP) e Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) -, nos dirigimos a cada irmão e irmã do povo de Deus, com fé, esperança e caridade.

Nestes dias, em espírito de comunhão, procuramos corresponder ao apelo do Papa Francisco por uma Igreja Sinodal, onde todos os batizados e batizadas, por força da vocação própria, se sintam verdadeiramente pertencentes à Igreja peregrina, presente e atuante na história e por ela corresponsáveis.

Em comunhão com o atual processo sinodal, refletimos o tema “Comunhão e Missão: caminho para a Igreja no Brasil”, iluminados pelo lema: “Preservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz!” (Ef 4,3).

A 10ª Assembleia foi uma oportunidade privilegiada de fraternidade, diálogo, oração e reflexão. Vivemos um tempo desafiador, marcado por uma crise civilizacional que repercute em todos os aspectos da vida, dentre os quais o emocional, o afetivo, a economia, a política, o social, o cultural, o ecológico e o religioso.

Tal realidade exige disposição para acolher os sinais dos tempos, discernimento e ousadia na busca de respostas adequadas às exigências do Reino de Deus e sua justiça.

A complexa realidade brasileira atual impede que grande parte da população tenha condições de vida digna, com paz e justiça social.

Sentimos as dores agravadas pela destruição de políticas públicas, aumentando assim o quadro de fome, violências no campo e na cidade, racismo, feminicídio, degradação ambiental, manipulação religiosa e divulgação de fake-news, entre outros.

A pandemia da covid-19 exacerbou essas situações gerando mortes, violência, fome, perdas de direitos, desemprego. A tudo isso se acrescenta as ameaças ao Estado Democrático de Direito, o que nos entristece e envergonha.

Somos chamados a construir pontes, estabelecer relações, alimentar a comunhão, trabalhar juntos no cuidado e promoção da vida e da Casa Comum, indo ao encontro das periferias geográficas e existenciais.

Para isto nos comprometemos a trabalhar por condições de vida digna para todos e todas, segundo a medida do Evangelho: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10).

Celebrando os 70 anos da CNBB, louvamos a Deus pela sua história de colegialidade episcopal, unidade e comunhão com os demais Organismos, coragem e profetismo diante das necessidades do povo brasileiro, especialmente dos mais pobres!

Em sintonia com a Igreja no mundo inteiro, atentos aos apelos do Papa Francisco, vivemos a feliz expectativa pelo Sínodo em 2023, dispondo-nos a “caminhar juntos”, na fidelidade ao Evangelho, “para a revelação e expansão do Reino de Deus na história!”. (CNBB, Doc. 105, n. 247).

Que a Virgem Mãe Aparecida, interceda por nós e nos acompanhe nesta caminhada sinodal! 

Medoro, irmão menor-padre pecador

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