Uma previsão em meio a uma decisão

Esse time tricolor (foto), de 1973, estava em campo jogando contra o Flamengo a decisão do estadual. Talvez tenha sido a final mais encharcada da história do Maracanã. As águas desciam com vontade.

Manfrine fez sua melhor partida e vencemos por 4x2. E o treinador Duque, que só gostava de "cobra-criada", teve a ousadia de infiltrar Carlos Alberto Pintinho e Cléber entre nossos "cascudos". Tinham 19 anos.

Perto do jogo acabar, com a pressão final do Flamengo, uma bola correu para perto do nosso banco de reservas.

E um outro garoto rubro-negro, frágil e habilidoso, que era a aposta do outro lado, tentou alcançá-la. E escorregou na poça d'água. E levou uma vaia sem tamanho da já impaciente torcida rubro-negra.

E todos nós, reservas do time, empolgados com a proximidade do título, bicho gordo na conta, não o perdoamos. E decretamos seu futuro: "É, esse menino não vai mesmo longe!".

Realmente ele, Arthur Antunes Coimbra, não foi longe. Nem precisou. Realizou um trabalho de reforço muscular com o Francalacci, e fez, do próprio estádio do Maracanã, o palco do seu reinado.

Quanto aos corneteiros e palpiteiros, quem foi mais longe foi o Pintinho. Substituído e torcendo no banco ao nosso lado, participou da banca examinadora que decretou o futuro do Zico no futebol. E foi parar em Sevilha.

Quanto aos demais, não sei. Sei de mim, de volta à Três Rios, e que nunca mais arriscou um palpite. Nem no jogo de bicho.

Com o Galo ali à nossa frente encharcado, o embrião de uma das maiores cobras do nosso futebol, resolvemos apostar no burro. Que acabavam de ser campeões carioca de futebol de 1973.

Por José Roberto Padilha 
Imagem: Reprodução do colunista

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