Cristo vive e somos suas testemunhas

Esta afirmativa é o tema desse Mês Vocacional, que a Igreja celebra anualmente em agosto, acompanhado do lema: Eu vi o Senhor (Jo 20,19).

E uma particularidade desse ano é o anúncio do terceiro Ano Vocacional da Igreja no Brasil, que terá sua abertura oficial no dia 20 de novembro próximo e o encerramento no dia 26 de novembro de 2023.

Essa iniciativa comemora os 40 anos do primeiro ano temático dedicado à reflexão, oração e promoção das vocações em todo Brasil.

A proposta do Ano Vocacional foi apresentada pela Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB na 58ª Assembleia dos Bispos do Brasil no dia 15 de abril 2021 e por unanimidade foi aprovada a realização do terceiro Ano Vocacional da Igreja no Brasil em 2023.

Inspirado no Documento Final do Sínodo dos Bispos sobre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” o tema do Ano Vocacional 2023 será: “Vocação: Graça e Missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33).

Será um tempo oportuno para a Igreja no Brasil ter a consciência de que “toda a pastoral é vocacional, toda a formação é vocacional, toda a espiritualidade é vocacional” (Papa Francisco).

O Mês Vocacional vem celebrando e valorizando, ao longo desses 40 anos, todas as vocações no decorrer das semanas de agosto.

Assim, na primeira semana (este ano, de 01 a 07 de agosto), as vocações dos diáconos, presbíteros e bispos (ministérios ordenados);na segunda semana (de 08 a 14), a vocação do pai, da mãe e dos filhos (a família);na terceira semana (de 15 a 21), a vocação das pessoas de vida consagrada (aqueles/as que fazem os votos de Castidade, Pobreza e Obediência); e a quarta semana: (de 22 a 28), a vocação dos cristãos leigo/as e seus diversos serviços na comunidade (ministérios não ordenados).

Assim, a cada domingo a Celebração Litúrgica é dedicada a uma vocação específica, sem nos esquecer da vocação primeira e mais importante de todas: a vocação à vida cristã! 

Todos somos vocacionados à santidade e fora desse caminho não temos como viver bem qualquer que seja o nosso chamado pessoal.

Valorizemos a partir da vocação comum as vocações específicas, conforme já recordamos acima, refletindo e rezando por todas elas.

Nesta primeira semana voltamos nossos corações para a vocação sacerdotal. Sabemos que todo sacerdote age em nome de Cristo e é seu representante dentro de sua comunidade.

Ao padre compete ser pastor e pai espiritual para todos sob sua responsabilidade. Pela caridade pastoral, ele deve buscar ser sinal de unidade e contribuir para a edificação e crescimento da comunidade.

Duas referências importantes no santoral da Igreja: no dia 4 de agosto celebrarmos o dia de São João Maria Vianney, o Cura D’Ars, patrono dos padres; e, no dia 10 de agosto, o dia de São Lourenço, patrono dos diáconos. Assim, não podemos esquecer-nos da vocação diaconal.

Na segunda semana, a partir da referência ao Dia dos Pais, a Igreja reza pela Vocação Matrimonial e oferece às comunidades subsídios que buscam reafirmar os valores da vida conjugal, como o amor, a fidelidade, o diálogo, a mútua ajuda, ..., frente à crise cultural plural que vem tentando enfraquecer a consciência e a adesão aos valores cristãos e universais de raízes.

Exemplos dolorosos da referida perda de valore são os namoros de sensualismo fácil e sem amor, o alto número de desquites e divórcios, o crime crescente de abortos, a diminuição no número de casamentos, ... É hora de resgatar a família!

Na terceira semana, à luz da celebração da Assunção de Maria aos céus, no dia 15 de agosto, a vocação de homens e mulheres que consagraram suas vidas a Deus e ao próximo.

Desta vocação brotam carismas e atuações que enriquecem nossas comunidades com pessoas que buscam viver verdadeiramente seus votos de castidade, obediência e pobreza.

São testemunhos vivos do Evangelho. Perseverantes, as freiras e os frades, estão a serviço do Povo de Deus e demonstram que a vivência do evangelho é plenamente possível de ser vivida, mesmo em mundo excessivamente material e consumista.

E na quarta semana enaltecemos as vocações das leigas e dos leigos. Ser leigo atuante é ter consciência do chamado de Deus a participar ativamente da Igreja e da sociedade pela construção do Reino, que é o mundo de jeito que Deus quer.

Isso, através dos trabalhos pastorais, missionários e de transformação da sociedade sem injustiça e exclusões. Nesse ano especificamente estão convocados a “Encantar a Política”. 

Os cristãos leigos estão chamados a participar da vida, da missão e das decisões da Igreja, como nos propõe o Sínodo Eclesial, em curso desde 2021 até 2023. E assim deve desaparecer a dicotomia clero e laicato por uma Igreja toda comunional.

E toda essa riqueza vocaciona-eclesial porque Cristo vive e somos suas testemunhas! Afinal, como os apóstolos, cada um deve testemunhar: Eu vi o Senhor (cf. Jo 20,19).

Medoro, irmão menor-padre pecador

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