Você Foi Uma Criança Rebelde?

Eu possuía alguns traços dessa rebeldia, mas meus pais se dedicaram muito para a minha educação, tanto acadêmica quanto moral. Então, boa parte das minhas memórias de infância é o reflexo da boa educação que recebi.

No entanto, quando me tornei adolescente, por diversas influências, algumas vezes de amigos não tão bons, outras vezes por ideologias e pensamentos negativos, eu me vi agindo contrário à essa educação que recebi quando mais novo.

O que me faltou para conseguir preservar os ensinamentos morais recebidos naqueles primeiros anos?

Observando mais detalhadamente, apesar da boa intenção dos meus pais em me ensinar, nunca ficou claro para mim o “porquê de ser melhor”.

Recordo, por exemplo, de um esporte que pratiquei quando tinha uns sete anos, no qual a graduação se dava através de faixas; para que eu passasse à faixa seguinte, meu comportamento precisava ser bem avaliado pelo professor desse esporte, pelo professor da escola e pelos meus pais.

Naquele ano, como em um passe de mágica, passei de uma criança que aprontava muito para uma exemplar em todos os ambientes, pois queria muito avançar para a próxima faixa.

Mas, veja que interessante: o que me motivou a ser melhor? A consciência do porquê e de como criar e cultivar aqueles valores?

Não. Foi um misto de vontade de conquistar a próxima faixa e medo de ver os meus amigos avançando e eu ficando para trás.

Apesar do efeito positivo naquele momento, o progresso foi temporário e pouca influência teve nos meus anos de adolescente.

Diferente teria sido se tivessem me ensinado quais virtudes eu deveria conquistar, como eu poderia cultivá-las e por que são importantes para a vida.

Sem saber qual era o objetivo da minha vida, eu não tinha um estímulo forte e duradouro para buscar ser melhor.Inclusivepor isso, deixei diversos desses valores perderem força, conforme fui crescendo.

E para você, sua infância, adolescência ou juventude teriam sido diferentes se tivesse sido ensinado sobre como e por que cultivar certas virtudes? Você teria tomado decisões melhores na sua vida?

Indo além, sem ter consciência do “para que vivemos”, é possível educar uma criança ou adolescente sabendo explicar “por que devemos ser melhores”?

Quais consequências possuem a educação pelo medo e a educação através de estímulos materiais e temporários?

As reflexões feitas até aqui me permitem enxergar a razão de diversos problemas morais que podemos ver no mundo, e de haver tanto mal na Terra.

Mas, ao mesmo tempo, posso ver as mudanças necessárias para reverter essa realidade. Um dos elementos mais importantes para mudar esse quadro é oferecer para as crianças a liberdade de pensar.

Essa liberdade não significa “falar o que quer”, “não ter limites”, ou algo similar. Ela é mais profunda. Ela dá a oportunidade para que a criança seja consciente do que faz, pensa e sente.

Proporciona que ela crie, desde cedo, suas defesas mentais para ser dona de si mesma, construindo suas próprias virtudes e não se deixando levar por pensamentos negativos.

González Pecotcheensina:

“Conseguir que as gerações futuras sejam mais felizes que a nossa será o maior prêmio a que se possa aspirar. Não haverá valor comparável ao cumprimento dessa grande missão, que consiste em preparar para a humanidade futura um mundo melhor.” – Introdução ao Conhecimento Logosófico

Para que isso se realize, é necessário que eu me aperfeiçoe e me torne uma pessoa cada vez melhor. Somente assim poderei ser exemplo de conduta moral e transmitir esses conhecimentos para as gerações futuras.

Ser esse exemplo é um desafio, pois exige que estejamos sempre à frente e em constante superação.

Um pensamento do cultor e docente Vinícius Chacon
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