Um nobre exemplo

Nós, trirrienses, somos apaixonados por nossa cidade. Poucos são aqueles que moram aqui e lamentam ter tamanho privilégio.

Raro ouvir um "Ah! Meu sonho é morar em Teresópolis!", mesmo não tendo aquele clima e a proximidade do Dedo de Deus. O sonho de todos nós sempre foi morar aqui mesmo.

Quando recebemos uma visita, então, elas buscam entender as razões dessa paixão. Como paixões não se explicam, se alojam no coração, só nos resta mostrar a cara de Três Rios.

E ela brilha na Av. Alberto Lavinas, com nossa Orla Poliesportiva, aberta por um Deck lindo e um Kontainer sempre emoldurado por uma juventude em sua plenitude.

E encanta quando alcançamos o viaduto, já de luzes novas, que acelerou nosso progresso ao superar cancelas que o detinham.

Mas quando fomos comprar o pão na padaria do Bramil...



Eis que paramos o carro diante da cereja do bolo, erguida na artéria central, e o orgulho foi por água abaixo. A cereja estava estragada.

Uma rodoviária descaracterizada, com cheiro de urina e com seus ocupantes "temporariamente deslocados para sempre" para a praça mais linda desse mundo igualmente descaracterizada ao lado.

E o Café Rodoviário, cartão portal dos notívagos, patrimônio gastronômico, que se tornou "Café Praciário"?

Mas nem tudo estava perdido naquele domingo à tarde. Uma arquiteta trirriense, Juliana Neves, em seu TCC, fez um lindo projeto de revitalização daquele nobre espaço.

E nos apresentou. E eu encaminhei ao atual governo. Tão nova, não escondeu seu amor pela cidade que nasceu e estudou. E nos deixou uma bonita lição.

No lugar de criticar, procurar culpados, públicos ou particulares, tratou de colaborar com sua arte a recuperar um espaço nobre que vive a empanar todas as belezas que Três Rios tem a mostrar. E que não são poucas.

Os exemplos sim, desprovidos de vaidade, de amor à cidade, como o da Juliana, é que são raros.

Parabéns!

Por José Roberto Padilha

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