Fico pensando se o país tivesse mais Arlettes Innocêncio. Mulheres que saíram da curva, romperam barreiras, e se dedicaram ao esporte como poucas o fizeram.
Se lhes dessem as rédeas de sua organização, e pudesse levantar não apenas as redes, mas sua voz em prol de várias gerações que amam o voleibol, não seríamos o país que mais subestima a paixão do seu povo pelo esporte.Um país que vive a colher migalhas dos seus raros heróis, quando deveria se revestir de medalhas olímpicas perante o inegável talento da sua gente.
Arlette e seu marido, Waldenir Innocêncio, construíram em sua residência uma quadra de voleibol. Como uma admirável jogadora, foi vendo seus filhos crescerem adotando cada uma das ferramentas que faz do esporte um instrumento único de elevação moral e social.
Recebendo amigos que fizeram daquele endereço, há cinco décadas, a embaixada trirriense do saque, do bloqueio e das cortadas. Um ponto de encontro que transpira amizades por todos os cantos daquela quadra.
Quem constrói uma área de lazer com churrasqueira, festeja os dias de hoje. Os que erguem uma quadra de esportes, investem no amanhã.
Disciplina, competitividade, respeito ao adversário, cuidados com o corpo e elevação da autoestima. Tais conceitos jamais estiveram à venda, mas são conquistados quando colocamos um tênis, vestimos um short e saímos em busca de uma melhor qualidade de vida.
Seus filhos, Carolina, Fabio, Mauro e Marcelo são exemplos de toda essa obra. Frutos de um trabalho que não tem preço, tem formação, respeito, gentileza e constantes gestos de nobreza que carregam toda a nossa admiração.
Parabéns, Arlette. E obrigado. Todos nós, trirrienses, testemunhas do seu trabalho, que já fomos aí suar nossa camisa, depois brindar nossa amizade com um copo de cerveja, temos muito orgulho de você.
Do que você representa como exemplo de mulher, atleta, cidadã e admirável batalhadora pelos sagrados valores do esporte.
Por José Roberto Padilha
Imagem: Reprodução
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