CITEP: 20 anos formando leigos para a Igreja e a sociedade

A renovação da Igreja com o Concílio Vaticano II resgatou a dignidade de todos os batizados, valorizando a identidade e a missão dos leigos e leigas na Igreja e na sociedade. Isso implicou, entre muitas e significativas iniciativas, na formação integral, inclusive teológica do laicato.

Assim, no último dia 10 de dezembro, em Levi Gasparian, na Igreja Matriz de N. S. Aparecida, pudemos participar da formatura da 10ª turma do CITEP-Curso de Iniciação Teológico Pastoral, no 20º ano de sua fundação.

Esta se deu dentro da Missa de Ação de Graças presidida por Dom Nélson Francelino Ferreira, nosso bispo diocesano.

Na ocasião ele procurou ressaltar a mística e a missionariedade dos fiéis leigos e leigas numa “Igreja em saída”, como nos pede o Papa Francisco e a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, acontecida recentemente em Guadalupe, México.

A teologia deve alimentar a fé e possibilitar o discernimento para um engajamento laical consequente na comunidade da igreja e na sociedade que grita por justiça social, fraternidade e paz.

E esta mudança não pode prescindir do contributo cristão por uma nova política econômica a favor da vida.

O CITEP vem fazendo história, como resposta de conscientização eclesial e sócio-política, desde a sua primeira hora, como nos recorda a Ilma, de Paraíba do Sul, uma das leigas aqui formadas:

O Curso de Iniciação Teológico Pastoral da Região Pastoral II da Diocese de Valença, na época formada pelas Paróquias São José Operário, São Sebastião, Santa Luzia, (de Três Rios) Nossa Senhora Aparecida (de Levy Gasparian), Santo Antônio (de Sapucaia) e São Pedro e são Paulo (de Paraíba do Sul), iniciou sua primeira turma em agosto de 2001.

O primeiro semestre daquele ano foi dedicado a uma série de reuniões, onde após muita reflexão e discussão fomos “desenhando” o rosto do curso que a nosso ver poderia responder aos anseios de um laicato cada vez mais desafiado a assumir a evangelização.

A equipe inicial, responsável por pensar e organizar o curso era formada pelas seguintes pessoas: Eiliene Maria Alcântara, Gisele Ibrahim, Haydée, Rose Meiry Alves Lobato, Ruth, irmãs Maria Fachini e Ana Cláudia e os padres Betinho, Abílio, Damião, José Maria e Frei Márcio.

A preocupação maior, desde o início, não é a questão intelectual, mas fortalecer aqueles e aquelas que assumem um serviço na Comunidade Eclesial. Por isso a escolaridade não tem sido critério para a inscrição.A prioridade não é a transmissão de conhecimento, mas um aprendizado mais profundo dos valores evangélicos, feito em comunidade. Preocupação,pois, de formar discípulos missionários de Jesus Cristo.

O Curso com uma duração de dois anos, com aulas em dois sábados por mês, em rodízio pelas paróquias, tem o seu conteúdo distribuídos em nove módulos: 1) Iniciação à Bíblia: Antigo Testamento e Novo Testamento, 2) Cristologia, 3)Revelação e Fé, 4) Trindade, 5) Eclesiologia e História da Igreja, 6) Sacramento e Liturgia, 7) Antropologia Teológica e Moral, 8) Pastoral e 9) Catequese. E quatro seminários: 1) Mariologia, 2) Ecumenismo, 3) Fé e Política e 4) Psicologia Pastoral.

Para reforçar ainda mais o caráter comunitário do curso, os módulos são desenvolvidos por duplas. Geralmente um padre ou religiosa com uma leiga ou leigo.

Assim os leigos e leigas continuam aprofundando a sua própria formação. Os cursistas são indicados pelo Conselho de Pastoral e devem ter o apoio de sua comunidade, pois sua formação é essencialmente um serviço à comunidade.

E, com o passar dos anos foram incluídos entre os alunos, os professores do Ensino Religioso das redes Estadual e Municipal..

Os objetivos do curso são:a) Aprofundar a fé recebida como graça no Batismo e celebrada na caminhada das comunidades, contribuindo com a formação permanente dos discípulos e missionários de Jesus, a fim de testemunharem ao mundo a esperança cristã; b) Qualificar os agentes de pastoral, a fim de que tenham melhores condições, formação e prática, subsídios e metodologia para a ação pastoral; e c) Favorecer a integração pastoral na Região Pastoral II.

Os critérios para participar são: a) Ser agente de pastoral ou demonstrar interesse em ser; b) Ter disponibilidade de tempo para frequentar o curso com fidelidade e pontualidade; e c) Ter apoio da comunidade e da paróquia; d) Ter desejo de aprofundar a fé e se dedicar mais à comunidade e ao trabalho pastoral.

O CITEP é, pois,um serviço à Igreja, feito pela Igreja para que ela possa ser sempre a Igreja de Jesus, mais comprometida com o Reino de Deus; vida em abundância para todos (Jo 10,10).

Parabéns! E felicitações aos leigos e leigas, que participam da vida, missão e decisões da Igreja na comunhão de discípulos-missionários!

Medoro, irmão menor-padre pecador

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