Brinco com a minha imagem de menina, como quem brinca com o vento

Foto: Reprodução da colunista


Solto os cabelos e levemente me desprendo de tudo...

Quando chego à beira mar, livro-me das preocupações dos adultos, sinto-me tão criança como a mesma intensidade da minha infância.

Brinco com a minha alma de menina, como quem brinca com as águas do mar.

Brinco com a areia, toco de leve nas ondas do mar só para que a água respingue em meu corpo suavemente e sinta, de forma mais intensa, o cheiro da maresia.

Desprendo-me de toda e qualquer opressão, o mar me mostra e me convence que não há limitação, o que existe é a infinidade do horizonte e das possibilidades.

Por vezes, há uma intensidade mais forte nas águas do mar; outras vezes, elas são brandas e suaves... o som leve e, às vezes, forte das ondas que batem na areia contagiam e nos fazem viajar, transpondo-nos para outro lugar, uma vibração incomparável nos faz acreditar além do que vemos, além de tudo que está destruído, fazem ver além de um mundo tão concreto e, ao mesmo tempo, vazio...

Encontro-me com a leveza da vida descompromissada e estou disposta a sorver todas as coisas que venham a me encantar.

De uma maneira quase ingênua, olho para as cores do céu e creio que só preciso olhar de um lado para o outro as nuvens e imaginar as formas que elas compõem... desanuviando qualquer outro tipo de pensamento.

Dou-me o direito de passear, cantarolando refrões que me fazem sorrir.

Caminho radiante e saltito ao caminhar, canto, e meu maior encontro é com a menina suave e vivaz, com alma de poeta e com a leveza que ela me traz.

O "Agora" da "menina" é o pôr do sol encantado e o iluminar de uma Lua quase cheia ... São as batidas do coração no ritmo de cada alvorecer... Não importa o que venha, porque ela acredita e só quer a felicidade de coisas boas.

Não importa o que seja descontentamento. A essência da "menina" de agora se conecta em um novo tempo e sabe como ultrapassar todos os reveses.

Fortes são os laços que construímos com a nossa infância, com tudo que possa recriar uma forma mais harmônica consigo mesmo e com o mundo.

Os elos de lembranças importantes e tão curadoras invadem por vezes...

Permita que os traços e recordações da sua infância possa, em alguns momentos “mágicos”, tomar conta do presente e, de forma leve e descontraída, saia por aí a bailar e a reconstruir momentos mais soltos, mais delicados com a sua vida de hoje.

Bem viver, bom viver, suavidade do viver, encontros mais alegres com você.

Por Patricia Tavares

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