Considerado o novo Pentecostes, o Concílio Vaticano II – 55 anos atrás – fez estremecer a Igreja com o sopro do Espírito que, nos anos anteriores, fora plantando sementes até culminar na proposta de renovação da Igreja pelo serviço e pelo diálogo: presença materna de Deus para um mundo irmão.
Nas décadas seguintes, no continente americano, pôde-se acompanhar as Conferências do Episcopado da América Latina que não só aprofundaram as diretrizes conciliares, como também as reissignificaram dando sentido à evangelização do Continente a partir da realidade multirracial e multicultural de seus povos.
Nas décadas seguintes, no continente americano, pôde-se acompanhar as Conferências do Episcopado da América Latina que não só aprofundaram as diretrizes conciliares, como também as reissignificaram dando sentido à evangelização do Continente a partir da realidade multirracial e multicultural de seus povos.
Tanto pelo conteúdo, quanto pela metodologia, esses históricos encontros eclesiais adubam a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, acontecendo nesses dias 21 a 28 de novembro em Guadalupe, México, e que promete ser um novo marco na história da Igreja, ao mesmo tempo que inspiram a novidade pelo seu caráter sinodal.
Ao recordar Medellín (1968), Puebla (1979), Santo Domingo (1992) e Aparecida (2007), pode-se destacar a crescente preocupação dos Bispos da América Latina(AL) com a Ação Evangelizadora que nasce da experiência do Deus da vida na realidade concreta: histórica-política-social-cultural e religiosa vivida pelos povos da região, buscando, pela fé, a transformação da realidade e a construção do Reino de Deus. Em todas as Conferências o método pastoral utilizado foi o “Ver, Julgar e Agir”.
Ao recordar Medellín (1968), Puebla (1979), Santo Domingo (1992) e Aparecida (2007), pode-se destacar a crescente preocupação dos Bispos da América Latina(AL) com a Ação Evangelizadora que nasce da experiência do Deus da vida na realidade concreta: histórica-política-social-cultural e religiosa vivida pelos povos da região, buscando, pela fé, a transformação da realidade e a construção do Reino de Deus. Em todas as Conferências o método pastoral utilizado foi o “Ver, Julgar e Agir”.
Assim, “a palavra-chave de Medellín era libertação, em Puebla, comunhão e participação, em Santo Domingo, inculturação”, em Aparecida, discipulado e missão a serviço da vida.
Dessa forma, na América Latina e no Caribe amadurece uma Igreja viva, participativa, atuante que, em meio aos desafios e crises de cada tempo, procura responder-lhes com critérios evangélicos, tendo os pobres e excluídos como destinatários privilegiados do Reino e o resgate do modelo das pequenas comunidades – dentre elas, as CEBs, sempre mais inclusivas.
Em Aparecida começa a emergir o conceito da Igreja em Saída, configurando o discipulado e a missionariedade como imperativos inerentes ao ser cristão.
Tendo esse pano de fundo, o Colegiado de Bispos da AL e do Caribe em comunhão com o Papa Francisco, 14 anos após Aparecida, começa a pensar sua VI Conferência.
Tendo esse pano de fundo, o Colegiado de Bispos da AL e do Caribe em comunhão com o Papa Francisco, 14 anos após Aparecida, começa a pensar sua VI Conferência.
O olhar está fixo no horizonte de duas celebrações: os 500 anos do encontro entre a Virgem de Guadalupe com Juan Diego, representante dos povos originários e de todos os marginalizados latino-americanos e caribenhos (em 2031) e os 2000 anos do martírio de Jesus Cristo, Evento Redentor de toda a humanidade (em 2033).
Os pés estão fincados na realidade gritante e desértica provocada pela pandemia da COVID-19, mas também pelo modelo econômico e social que promove a desigualdade, a destruição da casa comum, a crescente violência, a cultura do ódio, da indiferença e da intolerância, o descarte do diferente – migrantes, indígenas, afrodescendentes, entre outros sinais dos tempos, de um lado; e, do ponto de vista eclesial, a secularização, o avanço de seitas e grupos religiosos descomprometidos com os valores do evangelho, o abuso sexual na Igreja, o clericalismo... e ainda o desafio de plenificar a participação da mulher na Igreja e na sociedade, acolher os jovens como atores sociais e gestores da cultura, e desenvolver a pastoral urbana... Iluminado e refletindo luz, o Papa Francisco sugere em vez da VI Conferência, uma Assembleia Eclesial aberta à participação de todo o Povo de Deus nestas terras.
Com esse evento, o Espírito, sempre presente, novamente visita, areja e beija a Igreja deste Continente. Em primeiro lugar pela sinodalidade.
Com esse evento, o Espírito, sempre presente, novamente visita, areja e beija a Igreja deste Continente. Em primeiro lugar pela sinodalidade.
Certa vez, o Papa Francisco afirmou que “O caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja no terceiro milênio”: Assim, a Igreja “manifesta e realiza seu ser comunhão ao caminhar em união, ao reunir-se em assembleia e ao contar com a participação ativa de todos os seus membros na missão evangelizadora”.
Por isso, conforme instrui o Documento para o Caminho, esta Assembleia Eclesial que acontecerá de 21 a 28 de novembro no México, não será só de bispos e elite teológica, mas de todos com igual proporção na participação: leigos, leigas, religiosos e religiosas, diáconos, seminaristas, sacerdotes, bispos e todas as pessoas de boa vontade que desejam fazer parte deste caminhar em comunidade.
Para concretizar esse ideal, o processo de consulta foi aberto à participação de todos os batizados quer individualmente, quer em nome dos mais diversos grupos, movimentos e pastorais da Igreja até o fim de agosto.
Esta é a grande novidade porque constitui abertura para que a Igreja Latino-Americana e Caribenha tenha de fato uma pastoral com rosto próprio, pensada na comunhão entre pastores e fiéis e suas conclusões assumidas com igual comprometimento na diversidade de dons e carismas.
Portanto, estamos diante de um novo fruto da frondosa árvore do Concílio Vaticano II que repercute as Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe, grande sinal de esperança porque convoca todos os batizados e batizadas à abertura para acolher os caminhos que serão apontados a fim de que todos possam se assumir fiéis discípulos missionários em saída, caminhando juntos, como irmãos que se protegem, se cuidam, zelam pela casa comum e dão testemunho do bem querer para que todos tenham vida.
Portanto, estamos diante de um novo fruto da frondosa árvore do Concílio Vaticano II que repercute as Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe, grande sinal de esperança porque convoca todos os batizados e batizadas à abertura para acolher os caminhos que serão apontados a fim de que todos possam se assumir fiéis discípulos missionários em saída, caminhando juntos, como irmãos que se protegem, se cuidam, zelam pela casa comum e dão testemunho do bem querer para que todos tenham vida.
Valorizando os diversos Conselhos e Assembleias Pastorais, a CNBB, o CELAM, as variadas formas de participação política e social, possamos desenvolver uma ação evangelizadora integral, transformadora, inclusiva como resposta de fé aos desafios da renovação da Igreja no mundo dos pobres nos próximos anos.
Abrigados sob o manto da Virgem de Guadalupe, confiemos em sua intercessão!
Eliete Alves Pires de Castro, Pedagoga e Agente da Pastoral Litúrgica
Medoro. Irmão menor-padre pecador
Abrigados sob o manto da Virgem de Guadalupe, confiemos em sua intercessão!
Eliete Alves Pires de Castro, Pedagoga e Agente da Pastoral Litúrgica
Medoro. Irmão menor-padre pecador
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