Não foi por humildade, economia de gasolina, solidariedade... foi por falta de carro mesmo. A última vez que estive lá, foi na inauguração. E tem tempo. Sergio Cabral, na ocasião, tinha um microfone nas mãos, não algemas.
Para ir até a Boa União, dar mais uma revisada na gráfica que faz os nossos livros, recorri ao Terminal Rodoviário Municipal. Táxi não tenho o hábito, mototáxi, tenho receio.E logo um filme passou à minha cabeça. E ele escancarava, logo no começo, sua importância para a população.
Lembram como era? Um ponto de ônibus na base do viaduto, que nem existia, a céu aberto, sem banheiros, bancos, e fraldário nem nos melhores sonhos. E tome chuva. E tome falta de dignidade, de amor ao próximo.
Enquanto aguardava o Santa Terezinha, me falaram que passa por lá, entendi porque pouco falam a seu respeito.
Primeiro, porque é impossível reclamar de uma benção como aquela. Segundo, poucos formadores de opinião o frequentam. A maioria tem carro.
E se emerge dali um vereador, para ser o porta voz do Habitat servido pela Transa, ele logo compra um carro. E some dali.
Que nossos governantes sigam essa receita de justiça social que foi a construção do Terminal. Realizem obras que pouco usem ou delas se beneficiem durante o efêmero poder.
Troquem manilhas pequenas, ocultas, nos bueiros que seus eleitores não percebam. Porém, muitas casas serão poupadas da invasão das águas sufocadas de verão.
Hoje, por acaso, de passagem, falo por eles. E eles, cuja primeira opção de transporte são minhas últimas, são merecedores de toda a nossa consideração.
Por José Roberto Padilha
Imagens: Reprodução
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