Inventario e Educação Patrimonial

O Patrimônio Cultural é importante para um povo, ele interliga as pessoas. É sempre algo coletivo.  É um referencial em torno dos quais muitas pessoas de um mesmo grupo se identificam. Essa primeira casa da foto, data de 1900 fica na rua Nelson Viana com esquina da rua da Maçonaria, é o mais antigo imóvel da cidade de Três Rios.

A partir da década de 1980, as políticas públicas de preservação foram direcionadas por uma concepção ampla do conceito de patrimônio cultural. A Constituição Federal de 1988 contemplou a pluralidade étnica e social formadora da sociedade brasileira. O artigo 216 atribui ao Estado, em colaboração com a sociedade civil, o papel de agente na preservação compartilhada do patrimônio cultural e estabelece o registro e o inventário como instrumentos de salvaguarda.

Inventariar é um modo de pesquisar, coletar e organizar informações sobre algo que se quer conhecer melhor. Nessa atividade, é necessário um olhar voltado aos espaços da vida, buscando identificar as referências culturais que formam o patrimônio do local. Inventariar é desenvolver uma pesquisa de campo, com técnicas básicas de levantamento documental, sistematização e interpretação de dados e difusão de informações.Essa pesquisa se faz com o emprego responsável e autorizado de imagens, depoimentos e conhecimentos coletados ao longo do levantamento.

Toda cidade tem ou deveria ter o inventário de seu Patrimônio Cultural. Os documentos devem fazer parte do acervo histórico do município e disponíveis para a pesquisas diversas e as informações devem ser disseminadas.

A Educação Patrimonial constitui um processo permanente e sistemático de trabalho educacional voltado para o Patrimônio Cultural como fonte primária de conhecimento e enriquecimento individual e coletivo, a partir da experiência e do contato direto com as evidências e manifestações da cultura. O trabalho de Educação Patrimonial deve ter como objetivo levar as crianças e adultos a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua herança cultural. O trabalho pode ser efetivado a partir de um olhar sobre o espaço urbano, sobre as construções, os modos de vida e a representação que se mostram em nosso cotidiano.

Um fator de entrave ao trabalho com a Educação Patrimonial são as práticas isoladas, em descompasso com as políticas públicas de proteção, a relação entre educação e patrimônio cultural. Deve ser mais valorizada e discutida entre os profissionais que atuam dentro ou em parceria com as políticas públicas de proteção.

Por Vera Alves
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Imagem: Acervo Casa da Cultura


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