A partir da década de 1980, as políticas públicas de preservação foram direcionadas por uma concepção ampla do conceito de patrimônio cultural. A Constituição Federal de 1988 contemplou a pluralidade étnica e social formadora da sociedade brasileira. O artigo 216 atribui ao Estado, em colaboração com a sociedade civil, o papel de agente na preservação compartilhada do patrimônio cultural e estabelece o registro e o inventário como instrumentos de salvaguarda.
Inventariar é um modo de pesquisar, coletar e organizar informações sobre algo que se quer conhecer melhor. Nessa atividade, é necessário um olhar voltado aos espaços da vida, buscando identificar as referências culturais que formam o patrimônio do local. Inventariar é desenvolver uma pesquisa de campo, com técnicas básicas de levantamento documental, sistematização e interpretação de dados e difusão de informações.Essa pesquisa se faz com o emprego responsável e autorizado de imagens, depoimentos e conhecimentos coletados ao longo do levantamento.Toda cidade tem ou deveria ter o inventário de seu Patrimônio Cultural. Os documentos devem fazer parte do acervo histórico do município e disponíveis para a pesquisas diversas e as informações devem ser disseminadas.
A Educação Patrimonial constitui um processo permanente e sistemático de trabalho educacional voltado para o Patrimônio Cultural como fonte primária de conhecimento e enriquecimento individual e coletivo, a partir da experiência e do contato direto com as evidências e manifestações da cultura. O trabalho de Educação Patrimonial deve ter como objetivo levar as crianças e adultos a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua herança cultural. O trabalho pode ser efetivado a partir de um olhar sobre o espaço urbano, sobre as construções, os modos de vida e a representação que se mostram em nosso cotidiano.
Um fator de entrave ao trabalho com a Educação Patrimonial são as práticas isoladas, em descompasso com as políticas públicas de proteção, a relação entre educação e patrimônio cultural. Deve ser mais valorizada e discutida entre os profissionais que atuam dentro ou em parceria com as políticas públicas de proteção.
Por Vera Alves
Imagem: Acervo Casa da Cultura
Postar um comentário