
O Dia Nacional de Luta da Pessoa Com Deficiência Intelectual e Múltipla é comemorado no Brasil, dia 21 de setembro, desde o ano de 1985. Entretanto, a data só foi oficializada em 2005 pela Lei Nº 11.133.
A celebração tem como objetivo conscientizar sobre as necessidades da população e do desenvolvimento de políticas públicas voltadas à inclusão social, além do combate ao preconceito e à discriminação.
Um dos aspectos mais importantes para a construção de uma sociedade mais inclusiva é o cuidado com o uso das palavras.
Um dos aspectos mais importantes para a construção de uma sociedade mais inclusiva é o cuidado com o uso das palavras.
Nas últimas décadas, a terminologia destinada ao tratamento de pessoas com algum tipo de deficiência (PCD´s) esteve em contínuo processo de reformulação, tendo em vista a evolução do entendimento sobre o tema e a transformação da visão de mundo em cada contexto histórico.
No século passado, por exemplo, eram perfeitamente aceitáveis adjetivos como "inválidos", "excepcionais" e até "defeituosos".
No século passado, por exemplo, eram perfeitamente aceitáveis adjetivos como "inválidos", "excepcionais" e até "defeituosos".
Basta lembrar que a sigla AACD, de uma das organizações mais tradicionais e respeitadas nesse campo no Brasil, significava Associação de Assistência à Criança Defeituosa. Hoje, essas palavras são consideradas até ofensivas e devem ser deixadas para trás.
Até a década de 80, quando se falava dessas diferenças físicas, se utilizava os termos: “aleijado”, “incapacitado”, “inválido”.
Até a década de 80, quando se falava dessas diferenças físicas, se utilizava os termos: “aleijado”, “incapacitado”, “inválido”.
Desde o Ano internacional da Pessoa com Deficiência, em 1981, as organizações passaram a adotar a expressão “Pessoa deficiente”, enfatizado com isso a pessoa com uma limitação.
Passou-se então para a expressão: “pessoa portadora de deficiência”, que logo caiu em desuso, por se entender que só se porta aquilo que se pode deixar de portar, fato que não ocorre com uma deficiência.
Na década de 90, a expressão: “pessoa com deficiência” foi a estabelecida como mais adequada e permanece até hoje.
Essas formas pejorativas embutem sentido discriminatório, tornam a pessoa com deficiência uma vítima ou transformam a deficiência em doença.
Confira alguns dos termos que são inadequados e quais devem ser usados no lugar
Ambos são inadequados, o termo correto é pessoa com deficiência mental.
Ao se reportar às pessoas com limitações física, intelectual, auditiva, visual ou sensorial, é necessário, portanto, utilizar termos adequados e atuais para não correr o risco de escolher expressões que inconscientemente possam denotar algum tipo de discriminação por meio de termos que já estão em desuso.
Essas formas pejorativas embutem sentido discriminatório, tornam a pessoa com deficiência uma vítima ou transformam a deficiência em doença.
Confira alguns dos termos que são inadequados e quais devem ser usados no lugar
Aleijado, defeituoso, inválido, sequelado e incapacitado
Termos como esses já não são mais aceitáveis, eles carregam uma ideia negativa, além de sugerirem uma falta de humanidade para a pessoa citada. Qualquer um desses termos deve ser substituído por Pessoa com Deficiência.Pessoa ou criança Excepcional
O termo excepcional foi usado nas décadas de 50, 50 e 70 para designar pessoas com deficiências mentais. Hoje em dia, o termo é considerado pejorativo. Você deve substituir o uso do termo excepcional, por pessoa com deficiência, por exemplo.Deficiente físico ou deficiência física
O termo correto seria Pessoa com Deficiência, isso porque, deficientes físicos são todas as pessoas que têm deficiência de qualquer tipo.Deficiente Mental ou Doente Mental
Ambos são inadequados, o termo correto é pessoa com deficiência mental.
Retardado e retardado Mental
São dois termos usados de forma pejorativa e são muito ofensivos, evite esses termos tanto para se referir a pessoas com deficiência, quanto em forma de ofensas.Pessoal normal
O contrário de uma pessoa com deficiência não é uma pessoa normal, mas sim uma pessoa sem deficiência. A normalidade, em relação às pessoas, é um conceito questionável, ultrapassado.Mongolóide ou Mongol
Esse termo tem uma origem xenofóbica, e foi utilizado de forma pejorativa para se referir a pessoas com síndrome de Down. É ofensivo e faz referência a preconceitos raciais e capacitistas.Surdinho, Ceguinho ou Mudinho
Usar o diminutivo para se referir a pessoas com deficiência dá a ideia de que essas pessoas não são completas. Termos corretos: Deficiente visual, deficiente auditivo, Surdo, Cego ou Mudo, que não é visto como ofensivo.Ao se reportar às pessoas com limitações física, intelectual, auditiva, visual ou sensorial, é necessário, portanto, utilizar termos adequados e atuais para não correr o risco de escolher expressões que inconscientemente possam denotar algum tipo de discriminação por meio de termos que já estão em desuso.
Usar ou não usar termos técnicos corretamente não é uma mera questão semântica ou sem importância. A terminologia correta é especialmente importante quando se aborda assuntos tradicionalmente eivados de preconceitos, estigmas e estereótipos, como é o caso das deficiências que aproximadamente 14,5% da população brasileira possuem.
Por Valber da Costafull-width
إرسال تعليق