
Era para ser mais uma cadeira de madeira postada na calçada de uma padaria. Colocada as 6h00 e recolhida às 22h00. Nela, sentariam amantes do cafezinho com leite, pão na chapa com manteiga, como eu. E apreciadores de uma Stellinha gelada ao cair da noite, como todos nós.
Mas não era uma cadeira qualquer. Durante décadas, nela permaneceu sentado um cidadão trirriense amado e queridos por todos.
Era como um pôster. Você passava pelo Pão Fofão e lá estava ele, conectado ao mundo pelo celular. Pronto a atender seus amigos. E a nos abraçar, ao vivo.
Telmo Portela.
Comerciante, vereador, presidente do Caer, filho de uma das mais tradicionais famílias trirrienses, Telmo foi o dono de uma das mais marcantes lojas da nossa adolescência: a TNT.
Nossos carros não vinham da fábrica com rádios. Como viajar sem música? Assistir uma corrida de submarino sem ouvir Detalhes?
As rodas eram "canela fina", e ele tinha aquelas de "tala larga" que se tornaram nossos objetos de cobiça.
Jovem Guarda, Clube Juvenil Trirriense, The Beatles. E nossos irmãos mais velhos criando a mais tradicional de todas as turmas, a do Radar.
Não havia quem não fosse transformar, na TNT, seu Chevette num Calhambeque, por suas mãos, pela sua simpatia e generosidade.
A mesada não saiu? O Telmo dividia.
Diante de todos esses serviços prestados à sociedade, aproveitando sua breve ausência para recarregar as baterias na oficina Monte Sinai, o Conselho Diretor do Clube Juvenil Trirriense, em parceria com o Conselho de Cultura, resolve, por unanimidade, tombar, como patrimônio histórico e cultural de Três Rios, a cadeira de numero 14 em que sentava.
A partir desta data, apenas ele, Telmo Portela, e quem mais precise de seu abrigo e comodidade, já que sua gentileza não permitiria uma homenagem que tirasse o conforto de qualquer um, poderá nela sentar.
Revogam-se as disposições em contrário.
Três Rios, 22 de Agosto de 2021
Telmo Portela.
Comerciante, vereador, presidente do Caer, filho de uma das mais tradicionais famílias trirrienses, Telmo foi o dono de uma das mais marcantes lojas da nossa adolescência: a TNT.
Nossos carros não vinham da fábrica com rádios. Como viajar sem música? Assistir uma corrida de submarino sem ouvir Detalhes?
As rodas eram "canela fina", e ele tinha aquelas de "tala larga" que se tornaram nossos objetos de cobiça.
Jovem Guarda, Clube Juvenil Trirriense, The Beatles. E nossos irmãos mais velhos criando a mais tradicional de todas as turmas, a do Radar.
Não havia quem não fosse transformar, na TNT, seu Chevette num Calhambeque, por suas mãos, pela sua simpatia e generosidade.
A mesada não saiu? O Telmo dividia.
Diante de todos esses serviços prestados à sociedade, aproveitando sua breve ausência para recarregar as baterias na oficina Monte Sinai, o Conselho Diretor do Clube Juvenil Trirriense, em parceria com o Conselho de Cultura, resolve, por unanimidade, tombar, como patrimônio histórico e cultural de Três Rios, a cadeira de numero 14 em que sentava.
A partir desta data, apenas ele, Telmo Portela, e quem mais precise de seu abrigo e comodidade, já que sua gentileza não permitiria uma homenagem que tirasse o conforto de qualquer um, poderá nela sentar.
Revogam-se as disposições em contrário.
Três Rios, 22 de Agosto de 2021
Por José Roberto Padilha
Todos somos Telmo Portela!!!
ResponderExcluirParabéns 👏👏!
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